Na manhã desta quarta-feira, 09, uma barricada interditou a pista que dá acesso à Jacobina Mineração e Comércio.

Desta vez a interdição foi feita por moradores dos Povoados de Itapicuru e Jaboticaba, onde manifestavam contra a demora no cumprimento do acordo feito pela mineradora referente as queixas abaixo relacionadas: 

1 - "Da pressão exercida pelas atividades econômicas da empresa sobre as comunidades tradicionais como Canavieira, Itapicuru e Jaboticaba, decorrentes, principalmente, da criação de condições adversas de subsistências nesses locais, como por exemplo, com a contaminação das fontes de água potável, bem como pelo rebaixamento do lençol freático, além da produção de poluição de diversas maneiras, como em razão da excessiva produção de ruidos, poeiras e outros materiais dispersivos" sem a preocupação do empreendimento em acabar ou minorar com seus impactos sociais, através de programas e projetos para a comunidade, ou desrespeitando acordos estabelecidos nesse sentido.

2 - Reclamações referentes ao intenso tráfego de caminhões pesados, em alta velocidade e em dissonância com os condicionantes ambientais, que exigem por exemplo, a cobertura com lonas das caçambas dos caminhões e dentre outros problemas como a formação de buracos na pista, a poeira criada e o derramamento de óleo.

3 - Reclamação referente a proibição de acesso das comunidades tradicionais ao meio ambiente natural e cultural, como por exemplo a Cachoeira da Lagartixa e ao cemitério da Canavieira de Dentro.

4 - Reclamações referentes ao fato de a empresa condicionar o acesso de moradores a barragem que abastece o Povoado de Itapicuru, dificultando na prática o acesso da população.

5 - Preocupação referente a saúde dos moradores principalmente com o lançamento de gases e de sílica na atmosfera, bem como pelos efeitos deletérios do barulho na saúde auditiva principalmente com Jaboticaba.

6 - Explosões três vezes ao dia que além do barulho, estariam causando rachaduras em quase todas as casas da região.

7 - Agravamento do problema da seca na região em decorrência da maior constatação de intermitência dos rios locais, o que poderia estar sendo causado pelas escavações realizadas pela empresa, pelo rebaixamento dos lençois freáticos.

8 - Problemática do cumprimento da condicionante para a renovação da licença que até hoje não foi cumprida, referente a instalação da Comissão de Acompanhamento do Empreendimento - CAE, em razão da discordância da população e da sociedade civil organizada referente ao teor do regimento interno, uma vez que a empresa apresentou e a sociedade veio com a contraproposta e não entraram em um consenso.



Segundo representantes da comunidade, para ter a licença do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - INEMA, a Yamana Gold teria que cumprir com todas as exigências e não está cumprindo.

O Capitão PM Samuel este no local com uma guarnição da 24ª Cia de Polícia, e em contato com líderes da comunidade, foram informados que a interdição só acaba rá quando forem recebidos pelo Promotor Público em uma reunião com administradores da Yamana Gold para que eles determinem uma data para todas as reivindicações serem atendidas. O Embate continua, e nós poderemos voltar a qualquer momento com mais informações.

Igor Fagner - Rota 324