Muitos são os cartazes de “Diga não às drogas, pratique esportes”, e nada melhor do que ter uma vida saudável e sem vícios.

Mas para a cidade de Jacobina, parece que difícil mesmo é manter o vício pelo esporte, pois o atleta que se esforça e “come bola com feijão” para alcançar o status de estar na Seleção Jacobinense de Futsal Masculino ou Feminino, se decepciona logo ao chegar nesse patamar.

Nossa equipe esteve no treino da Seleção de Futsal Masculino na noite dessa segunda-feira, 20, e pudemos presenciar a FARTURA do coletivo na hora do treino. Segundo os jogadores, para que hajam os treinos, os atletas têm que “coçar” os bolsos na hora de comprar as bolas, tênis, meiões, caneleiras e material para tratamento de lesões.

“Eu acho um absurdo nós como jogadores de uma Seleção termos que tirar de nosso dinheiro para colocar gasolina em um carro, pagar nossa alimentação e sairmos para jogar em outra cidade” disse um dos jogadores.

Em sua fala, outro atleta desabafou dizendo que mesmo sem estrutura, a Seleção de Futsal ainda ficou em terceiro lugar na Taça Rede Bahia de Futsal em Paulo Afonso (isso dois anos atrás) mostrando que o amor ao que faz supera qualquer barreira “só não participamos de mais campeonato por falta de patrocínios” disse indignado.

Entramos em contato com uma das atletas da Seleção de Futsal Feminina e ela nos informou que com elas as dificuldades não são diferentes “faltam bolas, tênis, caneleiras. Os coletes? Esses só tem uns laranjas e mesmo assim já tem mais de três anos”


Os jogadores reclamam também da falta de iluminação, pois como os treinos são realizados à noite, o local está bastante escuro devido a precariedade dos iluminadores. A pintura da quadra também, que segundo eles já está para completar quatro anos desde a última reforma.

Nós procuramos o secretário de esportes Cristiano Teti que nos informou que uma reunião está marcada para esta quinta-feira entre os atletas e o sub coordenador de esportes de quadra Márcio, o Lek, onde, segundo ele, serão discutidos as necessidades dos atletas e feita uma programação anual.


Para Cristiano, o que atrapalhou a reestruturação da secretaria foi um desfalque dado pelo governo em não repassar cerca de 10 milhões para a prefeitura de Jacobina, fazendo com que o gestor buscasse suprir essa falta retirando verba de outras secretarias. “Nós estamos em busca de recursos para uma reforma geral no ginásio, pois para o governo é muito fácil se conseguir quadras novas, porém para reformar as que existem a burocracia é maior. A reforma está orçada em R$ 300 mil e este recurso estamos buscando, onde serão colocados refletores laterais, mudança do piso e compra de todo o material de suporte para os atletas, como cones, bambolês e outros”.


Quanto as viagens, Cristiano nos informou que no ano passado tirou de seu próprio bolso cerca de R$ 12 mil para pagamento de transportes para atletas, devido a burocracia que existe ao tentar conseguir um transporte, uma vez que terão que ser alugados, pois os escolares não fazem viagens intermunicipais.

Tentamos conseguir uma previsão mais precisa para a reforma do local, porém o secretário nos informou que não seria possível, pois ainda está na busca pela verba.

Aos nossos atletas só nos resta desejar-lhes força e determinação, pois pelo que percebemos, em Jacobina, para se fazer o que gosta, primeiro tem que ter força de vontade, depois determinação para encarar os desafios que são impostos por quem mais deveria apoiar.

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Por Igor Fagner e Vinicius Garcia