A equipe do Rota 324 começou a semana com mais uma reportagem investigativa que nos deixa triste, mas que é preciso noticiar para colocar a população em alerta mais uma vez.
O Problema Leishmaniose, o famoso Calazar, que amedronta os moradores das áreas serranas de Jacobina, mais uma vez vem à tona através de nossa equipe, desta vez, nos Bairros da Grotinha e Caeira.
Nós estivemos na Rua Santo Antônio no Bairro da Grotinha, onde conversamos com a senhora Edilene de Jesus que nos relatou ter perdido uma criança há dez dias, vítima do Calazar. Vitória de Jesus de 3 anos e seis meses faleceu no dia 09 de agosto de 2014 e, em seu atestado de óbito a comprovação da denúncia (foto abaixo). Sua mãe nos relatou ainda que espera o resultado do exame feito em seu filho, P. H. N. de 2 anos e teme passar por mais esse problema “aqui vizinho tem uma casa com vários cachorros e alguns eu vejo feridas pelo corpo, e se a gente reclama eles ainda acham ruim” disse.
Conversamos com mais um morador da mesma rua e ele nos informou que esse problema é antigo naquele bairro, hoje com 32 anos, ele relembra ter perdido um irmão quando tinha 8 anos vítima do Calazar e outro quando estava com 15. “Minha mulher está com uma criança de três anos e já teve que ir para Salvador às pressas para tratar disso” disse o morador acrescentando ainda que no Bairro existe mais crianças com o mesmo problema.
Após os relatos da Grotinha nos deslocamos para o Bairro da Caeira, onde falamos com a senhora Valdete Silva Ribeiro que perdeu uma criança no último sábado (16/08), e, segundo ela também foi vítima de Leishmaniose. Levi Ribeiro dos Santos tinha 3 anos e nove meses e segundo informações de sua mãe, ele foi levado para uma pediatra numa clínica particular e após ser diagnosticado com Calazar, todas as providências foram tomadas no intuito de curá-lo, porém não obtendo êxito, o garoto faleceu.
Valdete nos contou que não é a primeira vez que passa por esse sofrimento de perder um filho “os representantes de Jacobina já estavam me devendo a morte de outro filho que perdi dentro daquele hospital e ainda me acusaram de maus tratos e envenenamento de minha criança e até hoje não me responderam como mataram ele, agora perco outro de Calazar” disse indignada.
Neste segundo caso, o atestado de óbito não nos foi apresentado, segundo Valdete, o documento está com a Secretaria de Saúde para serem realizados os procedimentos padrões.
Nós tentamos um contato com o secretário de saúde Ivonildo Dourado pelo número que ele nos passou na última morte por Calasar (Bairro do Leader – Ver Matéria), porém só caixa postal e na secretaria a recepcionista nos informou que nem o secretário nem seu responsável legal estavam no local.
Existe um projeto de instalação de um Centro de Zoonoses na cidade de Jacobina, porém até o momento nada foi feito para que haja um tratamento especial no caso Leishmaniose.
Igor Fagner - Rota 324
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