De longe, bem de longe, chegou o mobiliário escolar
Alunos extasiados, “Em cadeiras velhas não mais sentar” 
Descarrego de caminhões, sem descarrego de consciência
O conforto se apresenta, para dar adeus à ausência

Ausência daqueles que precisavam de acessibilidade
E que foram tratados com maldade
Apenas por não ter para sentar, um mobiliário adaptado
Hoje podem dizer, que o direito está ao seu lado

Do Governo um Programa é oferecido
Seja menino ou menina, todos são atingidos
800 mil, na conta é depositado
E logo, logo o mobiliário é comprado
Na escola já dispomos do tal material apropriado
Que senta grande, senta pequeno, em tamanho variado

Do município bastava apenas, anunciar o que ganhou
O governo enviou, o município economizou e o aluno se alegrou
Mas a divulgação não veio e o governo estranhou
“Onde está nossa propaganda, que o prefeito surrupiou”
Basta agora ele explicar, porque anunciou, 
Que era seu o investimento, que a presidente lhe mandou 

“Diga logo seu gestor, quem em sua conta depositou”
“Aqui não digo não, nem do seu grupo eu sou”
“Coisa feia seu doutor, se promover em meu favor
Diga logo que fui eu, que o mobiliário lhe mandou”
E ele insistiu em publicar que o recurso era próprio
“O Governo quer dizer que é tudo deles nada é nosso”
“Desse jeito é barril dobrado, a gente gasta adoidado 
E o senhor fica com a fama, nos deixando acuados”

“Olhe seu doutor, Ganha eu, ganha você, ganha até o professor
Que verá nessa história, a verdade de um gestor
Mostrando em seu portal, o que o governo lhe mandou
Não dói ser transparente, muito menos inocente
Na cidade onde essa gente, no senhor acreditou”

E eu vou ficando por aqui, sem saber em quem acreditar
Termino minha prosa, e uma resposta vou esperar
Afinal a ninguém ofende, um questionamento levantar
Se o recurso veio de cá, para onde fora o de lá? 

Igor Fagner - Rota 324, em verso e prosa



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