O Projeto Olhar Brasil foi elaborado de forma conjunta pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério da Educação. Propõe-se a atuar na identificação e na correção de problemas de visão em alunos matriculados na rede pública de ensino da Educação Básica, priorizando, inicialmente, o atendimento ao Ensino Fundamental (1ª a 8ª série/1º ao 9º ano), em alfabetizandos cadastrados no “Programa Brasil Alfabetizado”, participantes do programa Mulheres Mil e na população com idade igual ou acima de 60 anos.
A implementação desse projeto visa reduzir nas taxas de evasão escolar decorrente de dificuldades visuais, facilitar o acesso à diversidade de contextos sociais e, também, garantir melhoria na qualidade de vida destes cidadãos.
O Rota 324 foi abordado por uma mãe de aluno onde nos questionou sobre a demora na entrega dos óculos prometidos pela Prefeitura Municipal de Jacobina no ano passado, após fazer uma triagem nas escolas. Em respeito ao nosso leitor, buscamos saber mais sobre esse programa.
No primeiro trimestre de 2014 Jacobina foi selecionada para sediar a etapa estadual do Programa Olhar Brasil, onde atenderia aqui mais 17 outras cidades da região com estruturas que iam de oftalmologistas até todo equipamento utilizado em exames, passando ainda por uma loja de óculos onde as crianças escolheriam seus modelos inteiramente de graça, ou seja, a cidade receberia todo o aparato necessário para resolver os problemas visuais dos alunos.
O Rota 324 se deslocou até o Núcleo Regional de Saúde nesta quarta-feira, 29, e em contato com a diretora, Kátia Alves, fomos informados que na época o gestor do município rejeitou a ação alegando falta de verba para preparar a estrutura para receber o programa, que seria basicamente alguns toldos e a logística na Praça “17 municípios foram penalizados com essa rejeição e só não ficaram por muito tempo sem o serviço porque a Dires interveio junto ao Governo do Estado e tivemos que atender de cidade em cidade” contou Kátia acrescentando que todos os alunos dos 17 municípios receberam seus óculos há muito tempo.
Jacobina, assim como Capim Grosso e Morro do Chapéu, tem a Gestão Plena, ou seja, todo o dinheiro da Saúde é enviado diretamente para o município sem interferência da Dires (Fundo a fundo), fazendo com que o gestor tenha autonomia para usá-lo da forma que julgar ser prioridade e por isso, manteve total autoridade para promover o programa na cidade.
Três são as fases do Olhar Brasil: triagem (análise dos alunos que necessitam do exame) feita por enfermeiros ou agentes de saúde capacitados pelo Ministério da Saúde / atendimento do oftalmologista / entrega dos óculos.
A administração do município fez a triagem em meados de 2014 e nada mais foi feito. No site do Fundo Nacional de Saúde consta um depósito feito na conta da prefeitura, no valor de R$ 8.726,81 por meio do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação – Faec, que teria a finalidade de atender as crianças com os óculos, porém até a hora em que esta reportagem foi ao ar, nenhuma das crianças haviam recebido.
Perguntar não ofende: Esses óculos estão guardados para as vésperas das eleições de 2016 quando na oportunidade serão inaugurados os PSFs, UPA e Praça de Esportes?
Como pode uma administração não atender à solicitação de estrutura para um problema que afeta o desenvolvimento escolar das crianças e quinze dias depois uma estrutura parecida fora patrocinada para um evento na Avenida Orlando Oliveira Pires?
Igor Fagner – Rota 324, notícias 100% jacobinenses.
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