O quadro "Os sete pecados do Rei" consiste em uma sequência de abordagens à 7 setores da Prefeitura Municipal de Jacobina, após iniciarmos ontem com a Secretaria de Planejamento, falaremos hoje sobre a Secretaria da Educação e Cultura do Município, que tem à frente a professora Azizi Maria Fahiel Araújo.
Considerado como o principal setor, a pasta da Educação é responsável pela maior parte da história de Jacobina, ajudando no crescimento intelectual de nossa cidade. Mas parece que para a atual gestão, essa está sendo uma das últimas na lista de preferências. Há muito tempo os Profissionais em Educação não sofrem tanto para conseguir a valorização no município, vejamos:
Do Auxílio Transporte - Até o ano passado, os profissionais tinham em seus contracheques, um acréscimo de valores para auxílio transporte, sendo 20% para os que atuam na sede com distância acima dos 3km de casa e 40% para irem à Zona Rural. O gestor Rui Macedo decidiu que esse apoio seria cortado e, após muitas reuniões, mobilizações e paralisações por parte dos profissionais, fora decretado sem o conhecimento dos professores, que duas viagens por dia seriam pagas, calculadas em valores de tarifas de ônibus coletivo, porém com a falta de linhas para a maioria dos Bairros da cidade, os profissionais são sujeitos à providenciar uma empresa de mototáxi, que, além de completarem o valor da passagem, ainda precisam passar pela burocracia de, mensalmente apresentar uma declaração assinada por um mototáxi, comprovando o seu uso. Vale lembrar que, mesmo prometendo esse tipo de auxílio, a secretaria pagou este ano, apenas os meses de fevereiro e março.
Do Planejamento de Aulas - A Lei 11.738/2008 dispões sobre o piso salarial e a carga horária dos profissionais, assegura ao professor, 1/3 de sua carga horária destinado ao planejamento de suas aulas, deixando os alunos, durante esse período, realizando outras tarefas. A secretaria parece desconhecer também esse direito para as escolas de pequeno porte.
Do Plano de Cargos e Carreira - Outra luta travada pelos profissionais em educação, para a valorização da categoria. Aprovado nesta gestão, também após diversas mobilizações, o Plano passou por vários ajustes e, após um consenso, a administração municipal enviou o projeto para a Câmara de Vereadores, porém ao receber de volta publicou no Diário Oficial com diversos artigos vetados, gerando mais um desconforto para a categoria. Dos avanços, mudanças de níveis e gratificações, os profissionais ficaram sem os direitos nos dois últimos anos, só conseguindo em 2015 que houvessem as mudanças em grupos de 20 professores por mês, sabendo-se que essa quantidade não atende a demanda.
Estrutura física e capacitação - Os profissionais em educação precisam ainda ter que presenciar a propaganda do governo dizer que os alunos receberam fardas sem ter visto a cor das mesmas neste ano, além da falta de merenda de qualidade. Os alunos convivem com o problema de ônibus escolares superlotados. Como era de costume, na volta às aulas os profissionais contavam com duas Jornadas Pedagógicas no mesmo ano letivo, porém isso não vem acontecendo após as férias juninas. No desfile de Sete de Setembro do ano passado as tradicionais camisas comemorativas não existiram, neste ano já foi anunciado que também não terão. A cultura só é viva em salas de aulas, graças ao empenho dos professores, pois nas Praças já não se vê culminância de projetos com apresentação de trabalhos escolares.
Financeiro - Todos os problemas supracitados, não podem ser justificados pela falta de verba, pois em março deste ano, mesmo com o decreto de Estado de Calamidade Pública, a Secretaria em questão sentiu-se à vontade para contratar um serviço de Buffet na ordem dos R$ 55 mil reais, firmado com uma empresa do amigo do prefeito, onde em seu CNPJ mostrava serviços que vão desde controle de pragas à preparação de Buffet e ainda alugueis de ônibus. A empresa que tem seu endereço no Centro, tem em seu contato o telefone de um grande Hotel situado em uma das Serras da cidade do Ouro.
Já em meados de 2015, essa mesma secretaria aparecia como responsável pelo acompanhamento e fiscalização do contrato número 408/2013 celebrado entre prefeitura e MM Limpeza Urbana, comprometendo-se a trimestralmente prestar contas à sociedade dos serviços realizados pela MM, prestação esta que nunca aconteceu.
Perguntar não ofende: o que terá feito os profissionais em Educação ao atual gestor e sua secretária, para serem tão perseguidos assim? poderíamos, após tais relatos, acusá-lo de ser desprovido de educação? estariam o prefeito e sua secretária partindo para o princípio que Professores insatisfeitos formam alunos com educação precária e futuros analfabetos políticos ao ponto de votar neles outra vez?
Na coluna de amanhã, falaremos dos descasos do setor de Agricultura.
Igor Fagner - Rota 324
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