Por Gervásio Lima - O Mercado Municipal de Jacobina, ou Mercado Velho, como queira chamar, desde a sua construção, na década de 1960, sempre teve um papel importante para a economia jacobinense. Ali era o ponto principal da Feira Livre que se estendia pela Avenida Orlando Oliveira Pires, até a ponte Manoel Novais. No local onde se concentra atualmente diversos tipos de comércios como bares, lanchonetes, restaurantes, lojas de roupas, açougues, panificadora, salões de beleza, sapataria e outros, as reformas nunca passaram de apenas pinturas.
Construído na Praça Getúlio Vargas, no centro da cidade, o Mercado Velho, uma imponente obra para sua época, é considerado um potencial patrimônio cultural e turístico subutilizado. Entra governo e sai governo e a tão almejada revitalização do local não passa de utopia. Diversas são as ideias para o aproveitamento da área, mas nenhuma foi colocada em prática.
Por sua privilegiada localização e pela sua característica física, com uma arquitetura que chama atenção da visão de quem utiliza a BR 324 para entrar ou sair da cidade, o Mercado Velho poderia ser transformado em um novo espaço cultural de Jacobina, onde, além de exposições, pudesse abrigar pontos para a comercialização de produtos nativos, sejam produções artísticas, através de souvenirs e até mesmo da culinária típica da região.
A ‘Orla’, como é chamada a parte do Mercado que ladeia o Rio Itapicuru Mirim, já é bastante frequentada por pessoas que buscam um bate-papo com amigos e uma cerveja gelada nos finais de tarde e fim de semana, mas caso fosse melhor aproveitada poderia ser um excelente espaço para apresentações culturais. A não disponibilidade de equipamentos como banheiro público e iluminação tem afastado os frequentadores do local. Em determinadas áreas falta humanização do ambiente.
O que poderia ser o reduto autêntico para a venda e exposições de artesanatos e área de lazer está se transformando em mais um patrimônio relegado. O não despertar para a importância desta área pública é uma clara demonstração de que o turismo em Jacobina nunca foi prioridade das administrações municipais, mesmo a cidade possuindo características turísticas ímpares. A não valorização e o não despertar para o que poderá se tornar o principal vetor da economia do município, a ‘indústria do turismo’, levará o jacobinense a continuar sempre dependente dos empregos gerados pela mineradora e pelo próprio Executivo Municipal.
Vale ressaltar que para humanizar o ambiente não significa acabar com o comércio ali existente e sim ‘agregar valor ao produto’, valorizando a área com algumas intervenções na sua parte estrutural e acrescentando outros produtos além dos que já são ofertados. É preciso pensar o novo preservando e adaptando o velho.
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