Diz um provérbio português "Esperteza, quando é muita, vira bicho e come o dono", frase esta que tem se aplicado à gestão Rui Macedo e mostrada cada vez mais aqui no Rota 324. São emaranhados de erros, unidos a quantidades enormes de tapeações que não há como silenciarmos.

As reinaugurações têm surgido aos montes, atropelando até mesmo as regras mais básicas da Lei da Enganação. Esta última, em destaque, refere-se a Unidade de Saúde da Família - USF, do Bairro Ladeira Vermelha, reinaugurada no início deste mês, onde mostra um armário de gestões anteriores, sustentado por blocos. Em outras fotos, é possível ver também as cadeiras da sala de espera, em tecidos diferentes e faltando peças. De acordo com colaboradores da PMJ, uma mega operação foi realizada para que essa inauguração acontecesse, absurdo maior, o de transferir móveis de outras unidades para o local, apenas para o estourar de fogos. 

A Unidade do Bairro Catuaba, inciada na gestão anterior e mantida por três anos em reformas, hoje encontra-se fechada e com os moradores colhendo assinaturas para sua reabertura. Vale lembrar que esta, atendia as comunidades de Mutirão, Jacobina II e Vivendas da Lagoa. Alguns móveis dessa unidade também foram retirados para a reinauguração do Ladeira Vermelha.

Outro dia, nossa equipe fez uma visita à unidade do Caixa D‘água, enquanto ainda estava em reforma - logo na entrada, uma placa imponente dizia "Valor Total da obra: R$ 101 mil" devido ao tamanho do imóvel e o valor a ser usado, perguntamos aos pedreiros se no projeto constava a construção de um segundo andar, ele nos respondeu que "Não, apenas iremos levantar essas duas paredes dividindo essas salas, faremos um balcão na recepção e a pintura" e estaria pronta a obra de Cem mil reais. Mais tarde ao ser perguntado se a reforma incluía a compra de equipamentos, o prefeito nos informou que não.

Necessário saber que, Jacobina, diferente de quase todas as cidades da região, recebe essa verba do Governo Federal, de forma direta e sem nenhuma fiscalização, fazendo com que os prazos de início e fim da obra não sejam respeitados, além de não haver uma intervenção do Núcleo Regional de Saúde (Dires) para que saibamos se todas as normas estão sendo atendidas. E com essa independência financeira de nossa cidade, nós, os cidadãos, temos que testemunhar os holofotes de uma reinauguração das paredes pintadas. É como se tivéssemos reformado a garagem, promovido uma festa, apenas para receber o carro velho e enferrujado de volta. 

“Teddy - Não sei, Chuck. Acha que já nos sacaram?
Chuck - Neca (disse inclinando a cabeça para trás, piscando um pouco por causa do sol e sorrindo para Teddy), Somos espertos demais para isso.
Teddy - É mesmo, somos muito espertos, não é?"  [A Ilha do Medo]



Igor Fagner - Rota 324
Imagens extraídas da página da PMJ