Na série personalidades de hoje iremos homenagear a senhora Rita Laurinda da Silva de 58 anos e há 31 moradora de Jacobina. Rita, como respeitosamente chamamos, é costureira e exerce sua profissão na Rua Manoel Novais no centro de Jacobina em sua própria empresa denominada Laisafil.
Nossa reportagem esteve em seu ateliê para entrevistá-la e conhecer um pouco de sua história, e, numa conversa cheia de aprendizado, nos falou um pouco sobre costura, casamento, filhos e desafios.
Rita sempre bem humorada nos contou como começou suas costuras aos nove anos de idade, quando já fazia roupas para seus irmãos, mesmo que para isso tivesse que usar tecidos de roupas velhas de seus pais e uma máquina de costuras movida a manivela. Aos dezenove anos, já trabalhava profissionalmente e ganhava seu próprio dinheiro.
1982, já casada, Rita chega a Jacobina e se instala no Mercado Velho e começa a ganhar seu espaço e a confiança dos jacobinense, e, sempre com o apoio no seu grande companheiro José Osório que trabalhava como vigilante a noite e auxiliava na costura durante o dia, eles conseguiram construir dois cômodos a próprio punho, onde se abrigaram durante muito tempo. Segundo Rita, em épocas de grandes eventos como o desfile de sete de setembro ela virava a noite costurando sob a luz de candeeiro.
Ao ser perguntada sobre a roupa mais inusitada que já criou ela disse que para crianças uma roupa de São João para um garoto de dois meses e para adultos cueca samba canção, esse último, até os dias de hoje recebe encomendas.
E assim foi nossa conversa com essa personalidade de jacobina que a todo o momento fazia questão de frisar que não teria conseguido superar todos os desafios se não tivesse o apoio de seu “grande Zé” que passou a trabalhar de pedreiro durante o dia e fazer casa de botões para ela durante a noite. Casados há 40 anos, Rita e Zé são pais de 5 filhos e abençoados com mais 6 netos.
E nós do Rota 324 (que já encomendamos nossa roupa de trabalho), desejamos a esse casal todo sucesso do mundo, e, que assim como Rita, todas as costureiras de nossa região continuem mantendo essa tradição de ateliês que transformam muitas idéias malucas em moda.
Igor Fagner - Rota 324
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