Três explosões no aeroporto e no metrô de Bruxelas na manhã desta terça-feira deixaram pelo menos 26 mortos e dezenas de feridos, ataques cegos, nas palavras do primeiro-ministro belga, Charles Michel, que deixaram a Europa em estado de choque.
Duas explosões aconteceram no aeroporto internacional de Zaventem, nordeste da capital belga, com um balanço provisório de 11 mortos, segundo o corpo de bombeiros.
Uma das detonações teria sido provocada por "um homem-bomba", afirmou o procurador federal da Bélgica, Frederic Van Leeuw.
Outra explosão um pouco mais tarde no metrô de Bruxelas, na estação Maalbeek, em pleno coração do bairro europeu, deixou 15 mortos e 55 feridos, segundo a entidade pública que administra o transporte.
"Temíamos um atentado terrorista e aconteceu", afirmou o primeiro-ministro Charles Michel em uma entrevista coletiva, na qual pediu à população "tranquilidade e solidariedade".
"Esses atentados cegos, violentos e covardes deixaram muitos mortos, muitos feridos graves", completou, sem divulgar um balanço oficial.
Tiros e gritos em árabe
Duas explosões quase simultâneas atingiram a área de embarque do aeroporto internacional de Bruxelas pouco depois das 8H00 (4H00 de Brasília).
"O teto caiu, havia um cheiro de pólvora", contou à AFP Jean Pierre Lebeau, um francês que acabara de chegar de Genebra.
"Um homem gritou palavras em árabe e escutei uma grande explosão", disse à AFP Alphonse Lyoura, que trabalha no setor de bagagens dos voos para a África.
"Era um pânico geral. Eu me escondi e esperei cinco, seis minutos. Algumas pessoas vieram me pedir ajuda", acrescentou, mostrando as mãos ensanguentadas.
"Ajudei ao menos sete feridos. Tiraram cinco corpos que já não se moviam. Muito perderam as pernas".
Uma hora depois do ataque ao aeroporto, centenas de pessoas ainda eram retiradas do local.
Imagens exibidas por canais de televisão mostraram cenas de pânico, com centenas de passageiros fugindo do terminal, em meio à fumaça e aos vidros quebrados.
Pouco depois aconteceu pelo menos uma explosão em uma estação de metrô de Maalbeek, o bairro de Bruxelas onde ficam as instituições europeias.
Um jornalista da AFP observou do lado de fora da estação 15 pessoas, com os rostos ensanguentados, recebendo atendimento médico.
Ao menos 15 pessoas morreram e 55 ficaram feridas na explosão, segundo a STIB, a empresa de transporte público da capital belga.
O porta-voz dos bombeiros, Pierre Meys, anunciou um balanço de quase 70 feridos no metrô, com várias pessoas em estado grave.
As autoridades belgas pediram à imprensa que não informe sobre a investigação em curso dos violentos atentados para não dificultar as operações.
Reforço da segurança
O ministro do Interior, Jan Jambon, elevou o alerta de ameaça terrorista no país ao nível máximo.
As explosões desta terça-feira acontecem após a detenção na sexta-feira em Bruxelas de Saleh Abdeslam, principal suspeito dos ataques terroristas de Paris em novembro, após quatro meses de fuga.
As autoridades belgas fecharam o metrô, o aeroporto, o serviço de bondes, ônibus, assim como as principais estações ferroviárias da capital.
A Comissão Europeia pediu aos funcionários que não compareçam ao trabalho ou permaneçam nos escritórios.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, condenou os "ataques terroristas" em um comunicado.
"Estou consternado com as bombas desta manhã em Zaventem e no distrito europeu em Bruxelas que custaram a vida de várias pessoas inocentes e feriram muitas mais".
O centro de crise do governo belga solicitou aos moradores de Bruxelas que permaneçam em casa.
As autoridades também reforçaram a vigilância nas centrais nucleares do país com "medidas de segurança adicionais", informou à AFP um porta-voz da Agência Federal de Controle Nuclear (AFCN).
Ao mesmo tempo, as autoridades de vários países europeus reforçaram a segurança em seus aeroportos e fronteiras. Grã-Bretanha, França, Alemanha, Holanda e Dinamarca anunciaram a intensificação dos controles.
Além disso, a linha Eurostar, que liga Paris e Londres com Bruxelas por trem, suspendeu as viagens à capital belga
As reações políticas foram rápidas.
"É um ataque contra a Europa democrática. Jamais aceitaremos que terroristas agridam nossas sociedades abertas", afirmou o primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven.
O premier dinamarquês, Lars Løkke Rasmussen, denunciou no Twitter um "ataque abjeto".
MSN
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