O potencial turístico do município de Jacobina é inegável. São muitos atrativos, nas mais diversas áreas, que ainda precisam ser bem ‘vendidos’. A falta de interesse do Executivo Municipal com o setor é facilmente percebida através do abandono de locais que deveriam ser importantes atrativos. A promoção do turismo não é e nunca foi prioridade da cidade, que tenta sobreviver economicamente basicamente através do setor de prestação de serviços.

Em vários lugares da Brasil, em especial a Bahia, o setor de turismo vem ganhando cada vez mais importância, seja pelo reconhecimento de que é uma atividade indutora de desenvolvimento, geradora de emprego, de renda, mas precisamente de inclusão social. Muitos gestores já perceberam que os atrativos turísticos dos seus municípios exercem papel fundamental para alavancar a economia, mas a qualidade da oferta desses atrativos tem impactado diretamente no posicionamento do destino no mercado turístico, ou seja, é necessário que o produto seja bem apresentado em todos os seus aspectos, desde a recepção, acomodação, segurança, acesso e conservação do que se pretende mostrar.

Em Jacobina, a centenária e tradicional subida à Serra do Cruzeiro na Sexta-Feira Santa, que deveria receber atenção diferenciada, por atrair, além de fiéis da Igreja Católica que cumprem a tradição de acender velas na base da cruz, famílias com componentes das mais diversas idades e visitantes de  outras cidades da região e do Brasil, não conta com a presença do Poder Público do Município. Como em anos anteriores, neste não foi diferente, a Prefeitura não teve o cuidado, se quer, de limpar o local em torno da cruz, principal ponto de visitação após os trezentos e sessenta e cinco degraus que precisam ser vencidos, numa subida com mais de cem metros de altura. O entulho de uma casa que guardava os equipamentos de transmissão de emissoras de televisão contribui há mais de dois anos com a poluição visual que se contrasta com uma das mais exuberantes vistas aéreas da cidade.

Coberturas móveis para proteger os que conseguiram chegar no topo da serra, equipe de profissionais de saúde para um possível atendimento, prepostos da guarda municipal para garantir a sensação de segurança, presenças de representantes de secretarias municipais como Meio Ambiente, Turismo e outras para aproveitar a aglomeração de pessoas para realizar campanhas educativas e sensibilizadoras, entre outras ações, seria o mínimo que o Executivo Municipal poderia disponibilizar para a população e seus visitantes.

É preciso saber que enquanto negócio, o atrativo turístico precisa ser gerido como qualquer empresa, possuir uma gestão eficaz, ter estrutura mínima para receber clientes, oferecendo experiências positivas de forma organizada e profissional, a fim de produzir resultados positivos.

Gervásio Lima
Jornalista e historiador