Mais uma coluna do engenheiro civil jacobinense Paulo Vitor
O pressuposto de gasto desnecessário, na maioria das vezes, faz aquele que pretende construir enxergar a assistência técnica profissional como um gasto e não como um investimento inteligente como, de fato, é.
Construir ou reformar é uma atividade que envolve investimento significativo de tempo e dinheiro. De acordo com o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o custo nacional da construção alcançou, em abril de 2016, R$989,37/m² incluindo materiais de construção e mão de obra.
Índice Sinapi (IBGE)
Custo por Região referente a abril/2016 (IBGE)
Apesar de ser um índice nacional, que apresenta as variações regionais apresentadas no gráfico acima, o valor do investimento nos projetos necessários para construir com assistência técnica profissional variam em torno de 3 a 8% do custo total da construção refutando, portanto, a tese/pressuposto de que não temos condição de construir com assistência técnica profissional.
Voltando ao índice Sinapi, R$526,78/m² é o custo nacional relacionado aos materiais de construção necessários. Note-se que mais da metade do custo total da construção (53,24%) está associado ao consumo de materiais de construção, consumo este que é otimizado através dos projetos complementares de engenharia.
Os R$462,59/m² restantes estão relacionados à mão de obra que precisa ser contratada. Ao optar por construir com assistência técnica profissional o valor do investimento em mão de obra é, também, otimizado. Isto porque, devido à existência de projetos e à presença do engenheiro no canteiro de obras, minimiza a probabilidade de imprevistos nas etapas da construção que são realizadas com prazos bem definidos.
A assistência técnica profissional está, portanto, muito longe de ser um gasto desnecessário. Trata-se, sem dúvidas, de um investimento inteligente por:
- Otimizar o consumo de materiais de construção;
- Otimizar o tempo necessário para concluir a obra;
- Garantir a eficiência energética da edificação;
- Evitar prejuízos com retrabalhos (que demandam +tempo e +materiais de construção);
- Valorizar o imóvel, tornando-o mais seguro, durável e funcional.
A construção civil é, modernamente, mais que um empreendimento leigo. Trata-se de um processo de alta especialização técnica que depende não só da perithia artis (habilidades artesanais) dos profissionais do passado, mas também da perithia techinica (habilidades técnicas) dos profissionais da atualidade.
Modernize-se! E transforme o sonho da construção/reforma numa experiência bem-sucedida! O sucesso de um empreendimento na construção civil não se resume ao “eu sempre fiz assim e nunca caiu”, contempla a segurança estrutural, a funcionalidade, a durabilidade, a economia de materiais de construção e a redução dos prazos.
Do autor
Eng. Civ. Paulo Vitor S. Santo
Jacobinense, Baiano, Engenheiro Civil pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2014). Atualmente é aluno da Pós-Graduação em Engenharia de Estruturas na Escola de Engenharia de São Carlos da USP, com ênfase em Estruturas de Concreto e Alvenaria, atuando principalmente nos seguintes temas: análise estrutural de edifícios, fundações e interação solo-estrutura.
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