É preciso saber que tudo que tem sido posto pela mídia, caracteriza-se como a maior exposição da corrupção e não a divulgação da maior corrupção.
O Brasil vive atualmente um dos períodos mais conturbados da sua história política e o pior momento da sua jovem democracia. O período mais importante da nação brasileira está ameaçado de ser interrompido, justamente no momento em que o país demonstrava convalescença dos problemas que em décadas eram responsáveis por intermináveis quadros agonizantes, que prejudicavam única e exclusivamente sua atônita e indefesa população.
Ao contrário do que muitos pensam a crise institucional não se resume apenas nos bizarros, hilários, patéticos e irresponsáveis acontecimentos em torno da área que abriga o Congresso Nacional, em Brasília (Câmara dos Deputados e Senado Federal). Numa espécie de efeito dominó, de acordo fatos após fatos forem surgindo, fileiras e mais fileiras de problemas estão aparecendo e derrubando a estabilidade social e econômica dos estados e municípios do país. Os cidadãos brasileiros estão sendo desrespeitados e obrigados a pagar uma conta que não deve. Estão sendo usados como marionetes por aqueles que se utilizam de uma zona de conforto, proporcionado pelos que ora castigam, para tomar decisões a seu bel-prazer, como se não tivessem precisado da confiança do eleitor para estar onde estão.
É preciso saber que tudo que tem sido posto pela mídia (rádio, televisão, jornal impresso, revistas e internet), caracteriza-se como a maior exposição da corrupção e não a divulgação da maior corrupção. As mazelas impregnadas nos sujeitos maculados historicamente estão sendo postas publicamente através da agora facilidade de acesso a informações. Não é mais necessário esperar que a notícia chegue de forma indireta, através do disse-me-disse; é possível, de várias maneiras, conhecer a “vida pregressa” de tudo que se pode imaginar neste mundo, inclusive de diversos lobos travestidos em pele de cordeiro. Por tanto, não servirá mais de desculpas dizer que não ‘sabe ou não sabia nada’ sobre aquele ou aquela que escolheu ou venha escolher para assumir determinada função eletiva.
Em muitos municípios é comum haver polarizações em torno de dois únicos candidatos; estes sempre representados pelas mesmas figuras ou indicados por tais. A população, como se tivesse memória de peixe, mesmo que a avaliação daquele que se coloca novamente ao pleito tenha sido negativa, esquece tudo e como numa espécie de masoquismo o elege novamente. Como dizem os baianos um verdadeiro ‘bavi’, ao se referir ao principal clássico do futebol da Bahia que acontece praticamente em todas as finais do campeonato do Estado.
Este ano, mas precisamente no dia 2 de outubro, acontecerão eleições em todos os municípios brasileiros, quando estarão sendo escolhidos os representantes dos executivos e legislativos municipais. Muito cuidado com os ‘arrependidos’ (prometo corrigir os erros que cometemos em nosso último mandato), os ‘falso moralistas’ (que pregam a moral e os bons costumes, porém no seu dia-a-dia não praticam a moral que defendem), os ‘picaretas’ (enroladores e maliciosos que visam apenas em se locupletarem) e até mesmo com os ‘don juan’ (aqueles que acreditam que seus estereótipos são o bastante para seduzir e conquistar o voto) e os ‘São Francisco de Assis’ (os que acham que é dando que se recebe).
“Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil eu sem você
Porque você está comigo o tempo todo
E quando eu vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua
E se entregar
É uma bobagem ...”
Vento no Litoral – Legião Urbana
Por Gervásio Lima
Jornalista e historiador
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