Estudar a educação escolar e inserção social das pessoas com surdez nos reporta não só a questões referentes aos seus limites e possibilidades, como também aos preconceitos existentes nas atitudes da sociedade para com elas. “A exclusão é o meio mais perverso e covarde de provocar dor, uma dor moral causada ‘ao indivíduo’, completamente indefeso e submetido, socialmente, “ pela expropriação violenta de sua normalidade” (MOYSES, 2011). Portanto a pergunta que fica é: O que podemos fazer, enquanto sociedade, para diminuir o sofrimento daqueles que não encontram meios para defenderem sua causa?
Segundo Maturana e Varela (2010), a vida é um processo de conhecimento: os seres vivos se apropriam desse conhecimento não a partir de uma atitude passiva, e sim pela interação. A educação é o meio que promove o desenvolvimento da capacidade física, intelectual ou moral do indivíduo, visando à sua melhor interação social. Se o meio é a condição prévia de constituição do humano, todos aqueles que estabelecem uma relação com o meio tem condição de se apropriar do conhecimento, de se desenvolver. Porém, ainda se nota uma carência de recursos, sejam eles de ordem profissional, metodológica ou estrutural, que permeia o espaço educacional e social para a efetivação do desenvolvimento da pessoa com surdez desrespeitando o ritmo e a singularidade do ser surdo prejudicando-os pela falta de estímulos adequados ao seu potencial cognitivo, sócio afetivo, linguístico e político – cultural, não havendo consequentemente o fortalecimento de sua identidade e cultura enquanto sujeito surdo.
Por isso, queremos responder à pergunta: Quem faz a inclusão? Como contribuir para a inclusão da pessoa com surdez na sociedade e no ambiente escolar? Poker (2001) afirma que as trocas simbólicas provocam a capacidade representativa desses alunos, favorecendo o desenvolvimento do pensamento e do conhecimento. Por esse motivo, é de suma importância que nos coloquemos sempre no papel do próximo imaginando como seria nossa vida com as limitações do outro e o que poderíamos fazer para transformá-las em oportunidades de crescimento. Esse sentimento deve ser difundido em todas as áreas do conhecimento, buscando formar cidadãos críticos e sensíveis a causa. Dessa forma poderemos desconstruir barreiras do preconceito, criar comunidades acolhedoras e uma sociedade inclusiva.
Com este objetivo a LDS – Libras Despertar do Silêncio proporciona a comunidade jacobinense e região um aprendizado significativo por meio da Libras para comunidade ouvinte interessada no idioma, professores, médicos e demais profissionais para se deslumbrar na experiência visual de um jeito diferente de ver o mundo.
Gabriela Souza
Instrutora e Intérprete de Libras
0 Comentários
O Diário da Chapada não se responsabiliza pelos comentários aqui expostos.