Fora do governo, petistas perderam foro privilegiado no Supremo

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou nesta segunda-feira (13) para o juiz Sérgio Moro, de Curitiba, apurações envolvendo os ex-ministros Jaques Wagner (Chefia de Gabinete da Presidência), Ideli Salvatti (Direitos Humanos) e Edinho Silva (Comunicação Social) e o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

Também nesta segunda, Teori determinou o envio a Moro das investigações relativas ao sítio em Atibaia (SP) e ao triplex em Guarujá (SP) atribuídos ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, o ministro também anulou a validade jurídica da escuta telefônica que interceptou conversa do petista com a presidente afastada Dilma Rousseff.

Foram enviados a Curitiba duas apurações envolvendo Jaques Wagner. Uma delas surgiu de depoimento do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que em delação premiada, apontou recebimento de propina na Petrobras junto com o ex-presidente da companhia José Sérgio Gabrielli. A outra investigação está sob sigilo.

A afirmação de Cerveró sobre Wagner e Gabrielli faz parte de um documento em que Cerveró elencou fatos que pretendia revelar antes de fechar o acordo de delação premiada. No documento, Cerveró diz que “na campanha para o governo da Bahia, em 2006, houve um grande aporte de recursos para o candidato do PT, Jaques Wagner, dirigida por Gabrielli”.

O ex- ministro informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que aguardará com tranquilidade e confiança a decisão do juiz Moro.

Na época em que o documento foi divulgado, a Casa Civil, então chefiada por Wagner, informou que ele não iria se manifestar sobre o caso. Gabrielli disse que nunca teve conhecimento de uso de dinheiro ilegal nas campanhas de Jaques Wagner

O material sobre Ideli Salvatti também é baseado na delação de Cerveró, que apontou que ela usou cargo no governo para renegociar uma dívida de R$ 90 milhões de uma transportadora de Santa Catarina com a BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras. Na delação, ele diz que “imagina que a ministra Ideli e outros políticos” receberam propina no negócio.

O caso de Edinho Silva é baseado em delação do ex-presidente da construtora UTC Ricardo Pessoa. Aos investigadores, ele narrou encontro em que o ex-ministro teria pressionado por doações para a campanha da presidente afastada Dilma Rousseff nas eleições de 2014. Por meio de nota, Edinho Silva disse que jamais pressionou empresários por doações eleitorais. Ele disse que todas as doações à campanha de Dilma foram declaradas e aprovadas, e que sempre agiu de forma "ética, correta e dentro da legalidade".ha da petista ao Palácio do Planalto.

Também foi enviado para Sérgio Moro trechos da delação de Nestor Cerveró envolvendo o senador Delcídio do Amaral no recebimento de propinas da empresa francesa Alstom em negócios com a Petrobras. A defesa de Delcídio do Amaral informou que não vai se pronunciar sobre a decisão do ministro Teori. Informações do G1.