A crônica da semana homenageia a cidade do ouro

Meus amigos, não poderia deixar de registrar hoje esta data tão  significativa de aniversário desta minha cidade querida, terra que me serve de berço, que me fez nascer e crescer contemplando a  beleza dos seus lendários Rio do Ouro e Itapicuru Mirim, que nos anos dourados da minha infância e adolescência me acolheram nas brincadeiras inesquecíveis vivenciadas em suas águas, dignas desse cenário inesquecível, emoldurado por suas serras verdejantes. 

Doces recordações que me chegam daquele tempo que hoje mais parece somente ter existido nas páginas de um livro escrito de contos de fadas, onde em alguns dos seus capítulos me colocaram como um dos seus personagens, nos seus cento de trinta e seis anos de existência, homologados pela Lei Provincial nº 2.049, de 28 de julho de 1880, com o título de Agrícola Cidade de Santo Antônio de  Jacobina, ocasião em que a sede foi elevada à categoria de cidade. Em comemoração passada, meu caro colega Geyder Gomes, colocou um questionamento para ser respondido por cada jacobinense nato, ou,  também  por aqueles que adotaram essa aconchegante cidade Payayá como sua verdadeira terra natal, perguntando: que presente você daria para Jacobina na data do seu aniversário? 

Permita-me caro amigo, também hoje colocar as minhas opções. Daria com bastante alegria o presente de  ter de volta muita coisa que lhe foi tirada ao longo do tempo. Por exemplo: o murmurar dos nossos rios, descendo ruidosos os seus leitos com suas águas cristalinas em direção ao mar, como já afirmava o inesquecível poeta e compositor Aristeu de Queiroz em sua imortal canção Minha Infância em Jacobina. Daria também a alegria para muitos jacobinenses que não tiveram o privilégio de assistir diariamente o lendário trem da leste surgindo e sumindo resfolegando com muita fumaça na curva da entrada da cidade, transportando gente e mercadorias que construíam o seu desenvolvimento. Daria ainda como presente novas ruas e avenidas completamente asfaltadas como reconhecimento de sua beleza natural. Acabaria de uma vez insuportável, a restituição do aroma gostoso emanado dos cambuins, outrora abundantes das nossas serras. 

Enfim, meu amigo, daria de presente uma nova Jacobina, digna das tradições da lenda de JACÓ E BINA, casal de índios que aqui viveu nos seus primórdios e, como afirma a própria lenda, acolhia com amor e carinho os  visitantes que aqui aportavam e que por isso tornou-se ponto de referência, dando origem ao seu nome centenário. Por isso JACOBINA, hoje nos seus cento e trinta e seis anos de aniversário, se ainda não é a Jacobina que sonhamos, és a Jacobina infinitamente bela e indestrutível dos nossos antepassados que também te respeitavam, te veneravam e te amavam.

Gidalto Padrão Oliveira