A coluna de Gervásio Lima fala sobre os dois importantíssimos eventos que acontecerão no Brasil este ano

Quando se aproximam datas importantes alunos de séries diversas precisam se estrebuchar para dá conta de algum tipo de trabalho escolar alusivo ao evento da vez. Para os “mais pequenos” sobram pinturas de coelhinhos no rosto com orelhinhas na cabeça; para os “mais grandinhos” as dinâmicas são as mais variadas possíveis, indo desde a encenação sobre o mártir da Inconfidência Mineira a criação de textos com conotações poéticas para o Dia do Trabalho. Os mais crescidos, dependendo da área que escolheu, se apega a temas alusivos às suas futuras ou atuais profissões. Em imaginar a fantasia para o Dia do Contador, uma calculadora pendurada no pescoço? Menos....

O certo é que uma grande parte do brasileiro valoriza muito suas conveniências, em detrimento ao que poderia ser bem mais útil para a sua própria sobrevivência, em todos os aspectos e sentidos. Se apega a fatos que não contribuem com a sua formação intelectual; nem tão menos à sua qualidade de vida. Como se estivesse atrelado a uma espécie de antolho, insiste em ter uma visão única das coisas, não se importando com o restante que está em sua volta.

Dois importantíssimos eventos acontecerão no Brasil este ano. O primeiro são os jogos olímpicos que inicia oficialmente no dia 5 de agosto e o segundo são as eleições que escolherão os representantes dos legislativos e executivos de todos os municípios do Brasil, no dia 2 de outubro.

Será a primeira vez que a América do Sul sediará as Olimpíadas. O Brasil receberá o maior evento do esporte mundial, dois anos após ter sido palco da Copa do Mundo de Futebol, ocorrido em 2014. Os Jogos deverão atrair cerca de 500 mil pessoas ao Rio e 10.500 atletas de mais de 200 nacionalidades estarão no país. Um megaevento que dará ao Brasil novamente a oportunidade de mostrar para o mundo que existe de verdade. Motivo de orgulho e alegria para os brasileiros? Que nada. Tem sido mais fácil encontrar dez contras do que um a favor. Vai entender.

Lá vão os pequenos serem pintados. É possível ver os arcos olímpicos pintados nas bochechinhas, duas de um lado e duas do outro. Os olhinhos brilhando e o sorriso inocente entregam a felicidade de poder compartilhar o espírito do momento. As Olimpíadas também é festa para os que não as disputam. Vixe, “os maiorzinhos” vão ter que fazer um trabalho com capa, contracapa e sumário, com o tema “A história das Olimpíadas”.

Ao contrário dos Jogos Olímpicos, que têm como objetivo estimular a competição sadia entre os povos dos cinco continentes, o jogo político, que já iniciou com as convenções partidárias para as escolhas dos que irão participar da disputa eleitoral no início de outubro, chega a ser dramático e desleal pela maneira ‘antidesportista’ utilizada por alguns maus instruídos e maus treinados competidores. Espera-se que as torcidas (eleitores), façam um papel bonito e repugne o jogador (político) que possui histórico ruim.

“O importante não é vencer, mas competir. E com dignidade” - Barão de Coubertin (Pierre de Coubertin), considerado o fundador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna.

Por Gervásio Lima
Jornalista e historiador