Um estudo objetivo sobre a Criança e o problema da descoberta da sua Vocação...

Quando se induz uma criança a seguir uma carreira profissional, seja para se cumprir uma tradição familiar, ou ainda para pontuar a vaidade de algum parente com alguma influência dentro daquela mesologia doméstica, estamos corrompendo sua natureza original, sufocando sua vocação que ainda não conhecemos, e certamente, depois disso, jamais iremos conhecer. 

Ainda não sabemos quais são suas predisposições inatas, aquelas disposições psicológicas mais adequadas ao seu perfil e temperamento, e, no entanto, vamos forçar a mesma a adotar uma postura, que só por milagre não será totalmente contrária às suas tendências. 

Psicologicamente podemos ter qualquer personalidade, e comportamentos, e, com o tempo, podemos até aceitar, seja por acomodação ou por força de lavagem cerebral, mesmo as coisas das quais não gostamos. A diferença é que também podemos nos identificar com aquilo que esteja mais afinado com nossas predisposições naturais ou idiossincrasias. Nesse caso, podemos chamar a isso de vocação.

Convencer com argumentos uma criança ainda inexperiente, sem lastro de vida suficiente para discernir de uma forma coerente sobre aquilo que melhor se ajusta ao seu temperamento, sem dar-lhe a conhecer as alternativas, trata-se de um simples processo de lavagem cerebral. É a mesma técnica usada para treinar um soldado, que dotado de uma mente belicista, vai à guerra com ódio de indivíduos denominados de inimigos, os quais, além de não conhecer pessoalmente, nunca lhe fizeram nenhum mal. 


Antes continuar sua leitura, conheça a Escola Mundo do Saber

A Escola Mundo do Saber completou oito anos preparando crianças para o futuro. Situada à Rua Florisvaldo Barberino, 196 no Bairro Félix Tomaz, a escola conta com professoras graduadas no ensino superior e ensinando do maternal ao 5º ano.

Além da preocupação com a preparação de profissionais, a Mundo do Saber também se preocupa com os valores morais, lecionando sob os Princípios Cristãos, fazendo com que seu filho cresça com bases sólidas. 

Além das disciplinas tradicionais, temos ainda aulas de Inglês, Espanhol, empreendedorismo e Informática. 

A Escola Mundo do Saber conta ainda com todas as salas climatizadas e personalizadas, Sala de vídeos e reuniões, parquinho, sala de jogos, reforço escolar, dois professores por sala e Câmeras de Segurança.

Continuação

Pode ser que, num primeiro momento, esse jovem indivíduo que foi condicionado e induzido a aceitar aquilo, não se dê conta de que foi forçado a seguir um caminho profissional à revelia de sua vontade, sem o direito de antes conhecer outras opções. É claro que, muitas vezes, por não conhecer nada mais além daquilo que lhe é apresentado em casa, desde cedo, acabe por se adaptar sem questionamentos, e até se identifique com aquela coisa. Mas, tal postura, jamais poderá ser interpretada como vocação. 

Quando se institui prêmio e castigo como método para se avaliar alguma coisa, por trás dessa prática, dessa ideia de admoestações e recompensas, há emocionalmente nas crianças um sentimento de ameaça oculta. E o que predomina na mente delas é o medo iminente de que algo de negativo possa lhes acontecer. 

Assim, elas até cumprem com suas obrigações, mas não pelo prêmio ou sentimento de que aquilo é a coisa certa a ser feita. Farão isso simplesmente pelo medo da ameaça de castigo que está oculta por trás dessa prática bizarra, onde toda obra que têm no seu escopo uma ação se torna credora de uma prenda. 

Deveria o descobrir da vocação de uma criança ser uma das mais importantes preocupações de educadores e pais, uma especialidade educacional muito séria, onde os docentes primeiro aprenderiam sobre si mesmos. Nesse processo iriam examinar, investigar, descobrir tudo que não sabem sobre o processo vocacional. Se nada sabem sobre o assunto, que tipo de assistência poderão proporcionar aos imaturos discentes? 

Mas, na ânsia de cumprir suas metas na grade curricular escolar, na prática, os educadores se preocupam apenas em preencher a cabeça daquelas crianças com o conteúdo dos livros ou apostilas. É a pedagogia do copiar e colar. Do mesmo modo, a maioria destes educadores, diretamente ou não, acabarão por tentar influenciá-las na escolha de suas profissões e preferências, mesmo que tais opções sejam contrárias aos seus temperamentos e predisposições inatas.

A juventude é a melhor época para se investigar, questionar qualquer coisa. Uma mente adulta raramente possui essa qualidade, frescor e vitalidade, uma vez que, na maioria das vezes, já está cristalizada, fossilizada, atrofiada e morta pela acomodação; já se tornou embrutecida, opaca, e nada que signifique mudança é mais do seu interesse. Prefere seguir a tradição sem questionar, por mais bizarra que seja. E terá na força dos hábitos e tradições seu lugar e aporte seguro; uma oportuna zona de conforto, muletas, das quais jamais pretende se separar.

Vejam como há em nós uma espécie de conformação, como tocamos nossa vida à espera de um milagre. Estamos sempre no aguardo da chegada de uma onda de mudanças, que vindo de fora, acabe por contagiar o planeta, e num estalar de dedos, processe uma reconfiguração no mundo, e o mais absurdo, de acordo com nossos gostos e aspirações pessoais. 

Conscientes de tudo isso, pais e educadores, se conseguirem deixar suas próprias limitações e frustrações de lado, deveriam então ajudar suas crianças a se tornarem, desde muito cedo, questionadoras, investigadoras, e não meros papagaios repetidores, como eles, os adultos, já o são. Poderão também, se assim o desejarem, estes mesmos adultos, adotar para si mesmos a condição de curiosos; aqueles que têm no princípio da dúvida sua força motivacional.

Poderão, por exemplo, questionar, por que nosso mundo, a despeito das novas gerações com todo seu proclamado progresso e aparato tecnológico, continua a repetir na íntegra a mesma mentalidade dos antigos, com todos os seus velhos e obscuros problemas, deformações, medos, frustrações, violência, incoerências. Deveriam também perceber, a partir de uma autoanálise, que o “novo” homem, apesar de vestir uma nova indumentária, não conseguiu mudar de conteúdo. 

Uma criança deve ser observada de longe por pais e educadores, quer dizer, de forma discreta, da mesma maneira que se observa um animal arisco. Assim, pelo estudo dos seus gestos naturais, na sua espontânea maneira de reagir diante das situações diárias, quando deixam transparecer as nuances do seu temperamento original, poderão lhes traçar um perfil básico. E a partir deste, a vocação das mesmas poderá ser descoberta, incentivada, aperfeiçoada, ampliada, fortalecida, potencializada ao máximo. 

Pela natural observação de seus atos, das suas primeiras preferências e disposições, poderá o educador ou o pai investigar se aquilo é uma semente vocacional ou simples compulsão, isto é, uma atração por um modismo. Sendo um modismo, logo ela tenderá a abandonar naturalmente a ideia, partindo para outra. Poderão lhes ajudar os adultos investigando de forma reservada o porquê daquelas predileções, e isso se consegue, quando as crianças confiam neles.

Finalmente, vocação não se descobre a partir de testes psicológicos teóricos, que na maioria das vezes mais funcionam como processos sugestivos ou indutores; fórmulas condicionadoras que acabarão por desviar a criança das suas verdadeiras idiossincrasias. São estes testes, simples gabaritos estatísticos, uma maneira infantil de se tentar determinar um estado embrionário da mente, coisa que não pode ser aferida por protocolos ou conceitos, de quem quer que seja. 

Do mesmo modo que, a partir de uma descrição, não podemos mostrar a alguém a forma concreta de um sentimento, como por exemplo, de ansiedade, também não podemos a partir de um gabarito determinar uma vocação. Mas podemos, a partir da propaganda, da força de uma sugestão, fazer alguém crer que aquilo é sua preferência ou até um processo de escolha voluntária. A propaganda já faz isso conosco todos os dias. Chamamos a isso de lavagem cerebral. 

Se deixarmos nas mãos desses “especialistas” o futuro vocacional de nossas crianças, logo mais, no exercício de suas profissões, iremos nos deparar com um indivíduo frustrado, apático e sem criatividade. E sua angústia pessoal acabará por revelar o erro cometido a partir daquela tendenciosa e inconsequente escolha.

Autores: Jon Talber e Ester Cartago - Via Site de Dicas do UOL