O executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho detalhou em delação premiada a relação 'notória' que mantinha com o ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Ambos possuem casas em um condomíno no Litoral Norte da Bahia e costumavam caminhar e conversar por lá. "Os caseiros das nossas casas no litoral são irmãos. Por isso era comum que eles nos avisassem mutuamente da nossa presença no condomínio e de convites para visitas casuais. Ambos são boas testemunhas de corroboração a respeito da densidade da minha relação com Geddel", orientou Melo Filho.
O executivo detalhou ainda outros locais de encontro com um dos caciques do PMDB na Bahia quando ele ainda era deputado federal. "Por várias vezes frequentei o gabinete dele, além de termos, por algumas vezes, almoçado juntos em restaurantes de Brasília, como o Lake's, Piantella e Rubayat", acrescentou. Segundo Melo Filho, a proximidade dele com Gedel é refletida nas 117 ligações feitas para o político, desconsiderando as ligações recebidas. Os detalhes acerca dos locais onde Melo Filho se encontrava com agentes políticos alcança outros nomes também. Na delação, o executivo narrou como foi sua chegada e espera pelo então vice-presidente Michel Temer, em maio de 2014, para um jantar no Palácio do Jaburu. "Fomos recebidos por Eliseu Padilha [atual ministro da Casa Civil]. Como Michel Temer ainda não tinha chegado, ficamos conversando amenidades em uma sala à direita de quem entra na residência pela entrada principal. Acredito que esta sala é uma biblioteca.
Após a chegada de Michel Temer, sentamos na varanda em cadeiras de couro preto, com estrutura de alumínio", detalhou. Em outro momento da delação, Melo Filho contou que se encontrou com Marcelo Odebrecht e Jaques Wagner em 2006, na época em que este se lançou governador da Bahia, para uma conversa. O encontro aconteceu no restaurante Convento, na Casa da Itália no eixinho sul, em Brasília, onde o petista solicitou apoio financeiro. Melo Filho disse ainda que Eliseu Padilha prestou a "palava de solidariedade" a Odebrecht no segundo semestre, em um café da manhã no Hotel Royal Tulip, de acordo com O Globo. Outro relato é referente a um dos encontros com o senador Gim Argello (PDT-DF), atualmente preso, em que detalhou até mesmo o posicionamento de cadeiras e da cozinha. "Me lembro de chegar, ser recebido por algum empregado doméstico da casa e ficar sentado em duas cadeiras que ficam logo após a cozinha, do lado direito, enquanto esperava o senador. Percebia que mais pessoas estavam na varanda da casa, mas normalmente conversávamos a sós no mesmo local. Os encontros eram normalmente rápidos e na maioria das vezes pela manhã", detalhou Melo Filho. Do Bahia Notícias
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