Pesquisa mostra que 25% das empresas fecham as portas após 2 anos de abertas.
Apesar de na última década o número de empresas baianas fechadas com até 2 anos de atividade ter diminuído, estima-se que 25% delas - uma em cada quatro - ainda fechem as portas nesse espaço de tempo, de acordo com o último levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Para sobreviver, especialmente em momentos de crise econômica, é necessário muito estudo, capacitação e faro para oportunidades.
Segundo José Nilo Meira, gerente da unidade de acesso a mercado do Sebrae na Bahia, a principal causa da morte das empresas é a má definição do modelo de negócios. “Quando não se define bem o público alvo, não se sabe o que vai comprar, ou como abordar o cliente e não se dimensiona bem as necessidades financeiras, o negócio terá dificuldade em seguir”, afirma.
Problemas
Vinícius de Souza, 28, era recém-formado em economia pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) quando abriu uma distribuidora de produtos de alimento e de higiene, em 2015. Nove meses depois, a saída foi fechar as portas. “A faculdade geralmente trabalha com teorias. Você se forma, pega o diploma e tenta colocar em prática. Quando você abre a empresa, você se depara com problemas que nunca viu”, diz. Segundo Vinícius, o motivo da empresa ter falido foi começar o negócio com um capital curto. “Capital de giro é como respiração. Quanto menos dinheiro, mais falta fôlego e aí já era”, compara.
O segredo para não se fechar as portas tão rápido é estudar o negócio a fundo, se capacitar e contar com a ajuda de órgãos de consultoria e fomento. “O empresário pode visitar empresas se colocando como consumidor e ver as falhas que existem para tentar supri-las”, diz Nilo, do Sebrae.
Caso o negócio não vá para frente, “é importante que os erros sejam revistos para que se possa aprender com a lição”, completa o especialista. Vinícius seguiu essa orientação depois da falência da sua empresa. “Aprendi com os erros e já estou planejando abrir um novo negócio. Além disso, acabei me tornando consultor avulso de marketing”, diz.
Lista de problemas mais frequentes e suas soluções
Má definição do modelo de negócio
É preciso definir com clareza qual o negócio em que vai investir. Para isso, é necessário estudo. É essencial saber quem é o cliente, o que deve ser feito para atingi-lo, ter conhecimento da sua mercadoria e ter controle sobre as finanças.
Dimensionamento inadequados das necessidades financeiras da empresa
É importante que se dimensione as necessidades financeiras do negócio para saber quanto se deve investir e se ter uma noção de quando esse dinheiro retornará à empresa como lucro.
Escolha errada das fontes de financiamento
É comum que o investidor pegue financiamentos com curto prazo para investir em algo que só dá resultado a longo tempo. Nesse caso, é importante ter consciência da maturação do negócio para saber qual a melhor fonte de financiamento.
Localização inadequada
Para que o ponto da empresa seja adequado, é relevante que seja feito um estudo de localização e de mercado.
Falta de estudo de mercado
Só se deve escolher em que tipo de negócio investir após saber se existe uma demanda por aquele tipo de produto no local desejado, por meio de um estudo de mercado.
Desconhecimento
De aspectos legais, é importante averiguar com antecedência se o local e os produtos escolhidos para o negócio estão dentro da lei.
Má escolha de sócios
A sociedade precisa de uma boa sinergia entre os parceiros. Se ela não existe, provavelmente o negócio terminará devido às desavenças entre eles. É preciso ter cautela na hora de escolher quem será o seu sócio.
Subavaliação de problemas técnicos
É essencial dominar a tecnologia que o negócio requer antes de investir.
CORREIO24HORAS
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