Estudo aponta que, até 2030, o consumo de energia elétrica vai triplicar no continente.


A demanda por energia elétrica na África vai triplicar até 2030, de acordo com estudos da área. A situação preocupa as autoridades locais e acende um sinal de alerta no abastecimento do continente. No entanto, pesquisadores da Universidade da Califórnia (Estados Unidos) apresentaram na segunda (27) uma pesquisa que pode oferecer uma solução para esse problema.

Segundo a publicação, feita por meio do periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences, o continente tem grande potencial de produção de energia eólica e solar. Ambos os métodos, de origem renovável, poderiam suprir a demanda, além de diminuir os gastos dos países com usinas convencionais (hidrelétricas ou termelétricas).

Os pesquisadores, munidos de um aparelho que mapeia territórios, percorreram 21 países africanos e detectaram o potencial renovável em vários locais do continente. “Verificamos que a construção dos parques eólicos em regiões estrategicamente localizadas e a utilização de linhas de transmissão eficientes representariam uma economia de gastos de 20%, em relação aos modelos convencionais de geração de energia”, disse, ao site de VEJA, a bióloga Grace Wu, uma das autoras do estudo.

Um obstáculo, porém, é a questão da transmissão e distribuição energética. Pois, para que os países africanos possam atingir potencial eólico e solar e competir com as tecnologias convencionais, acordos internacionais de transmissão para além das fronteiras nacionais devem ser negociados. Em iniciativas similares ao tratado entre o Brasil e o Paraguai, que divide os direitos de utilização de energia da Usina Binacional de Itaipu.

Por Carla Monteiro/Veja