“Estes são tempos muito tumultuosos no Oriente Médio. E nós vemos o que acabou de acontecer recentemente, ontem, na Síria. Horrível. Uma coisa horrível. Indescritível”
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje (5), durante um encontro com o rei Abdullah II e a rainha Rania, da Jordânia, que o governo sírio cruzou “muitas, muitas linhas” ao perpetrar um ataque químico contra a província de Idlib, na Síria, controlada pelos rebeldes e alvo do governo de Bashar Al Assad.
“Estes são tempos muito tumultuosos no Oriente Médio. E nós vemos o que acabou de acontecer recentemente, ontem, na Síria. Horrível. Uma coisa horrível. Indescritível”, disse o presidente. “É uma afronta terrível à humanidade”. Trump disse que ficou muito abalado com o ataque químico e que sua visão sobre a Síria e sobre o regime de Assad mudou. Porém, quando perguntado se os Estados Unidos iriam colocar em prática alguma ação para lidar com a questão, o presidente disse “vocês vão ver”.
Trump voltou a criticar o ex-presidente Barack Obama por ter dito em 2012 que havia uma “linha vermelha” que a Síria não deveria ultrapassar, que seria o uso de armas químicas. Segundo Obama, caso Bashar Al Assad levasse adiante esse tipo de ataque, os Estados Unidos iriam se engajar militarmente no conflito, porém o ex-presidente não tomou ações concretas para colocar fim ao conflito.
Pela manhã, a representante dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU, Nikki Haley, havia dito em uma reunião do Conselho de Segurança convocada especialmente para tratar do ataque químico que quando as Nações Unidas “falham consistentemente em seu dever de agir coletivamente, há momentos na vida dos Estados que nós somos levados a agir por conta própria”.
Já o secretário de Estado, Rex Tillerson, foi questionado sobre sua visita à Rússia. O atual governo dos Estados Unidos vinha tentando delinear uma política externa menos conflituosa frente ao governo russo, porém o atual ataque de gás pode atrapalhar a aproximação entre o Kremlin e a Casa Branca, pois a Síria é importante aliada da Rússia no Oriente Médio e os russos já barraram sete resoluções no Conselho de Segurança que condenavam o governo de Bashar Al Assad.
“Não há dúvida de que o regime sírio sob a liderança de Bashar Al Assad é responsável por este ataque horrível, e nós achamos que esta é a hora de os russos realmente precisarem pensar com cuidado sobre seu contínuo apoio ao regime de Assad”, disse Tillerson.
Paola De Orte - Correspondente da Agência Brasil
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