Nova pesquisa de opinião mostra candidato de centro com 59% das intenções de voto e direitista com 41%
Os eleitores da França podem esperar por um combate verbal quente quando o político de centro Emmanuel Macron e a candidata de extrema-direita Marine Le Pen se enfrentarem em um debate televisionado na noite desta quarta-feira (3), no último confronto direto antes do segundo turno de domingo que decidirá o próximo presidente do país.
Pesquisas de opinião mostram Macron, de 39 anos, mantendo uma vantagem de 20 pontos sobre a líder da Frente Nacional faltando só quatro dias para a votação decisiva daquela que é amplamente vista como a eleição francesa mais importante em décadas.
A mais recente, feita pelo instituto Cevipof e publicada no site do jornal "Le Monde" nesta quarta-feira, mostra Macron ficando com 59% dos votos e Le Pen com os restantes 41%.
O eleitorado terá que escolher entre Macron, um ex-banqueiro intensamente pró-Europa que quer cortar regulamentações estatais na economia sem desamparar os trabalhadores, e Le Pen, uma eurocética que quer descartar o euro e impor grandes limites à imigração.
Macron terminou o primeiro turno de 23 de abril meros três pontos à frente de Le Pen, mas a expectativa é que ele fique com a maioria dos votos dos socialistas e da centro-direita, cujos candidatos foram eliminados na primeira votação.
Surpresas
Embora Le Pen tenha uma montanha a escalar para alcançar o rival, a campanha tem sido repleta de surpresas, o tom das acusações mútuas têm se elevado e a política experiente de 48 anos tem se mostrado capaz de encurralá-lo com aparições públicas bem calculadas.
Mais de 20 milhões de telespectadores devem assistir ao debate -- o contingente de eleitores chega perto dos 47 milhões.
Macron alertou que não irá pegar leve com a adversária, cujas propostas --principalmente a estratégia anti-euro e uma abordagem anti-imigrante e nacionalista para os setores de emprego e bem-estar social-- ele diz serem perigosas para a França.
"Não irei empregar invectivas. Não irei usar clichês ou insultos. Irei usar o combate direto para demonstrar que as ideias dela representam soluções falsas", afirmou ele à rede BFM TV.
Le Pen, que retrata Macron como um candidato das altas finanças que se disfarça de liberal, disse à Reuters: "Seu programa parece ser muito vago, mas na verdade é uma simples continuação do governo de François Hollande [presidente socialista]".
Por Reuters
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