Esteja atenta às oportunidades e aprenda a fugir de armadilhas.


Em primeiro lugar, parabéns! Se você é mulher, sua expectativa de vida supera em sete anos a de um homem. Vai poder aproveitar mais tempo neste planeta conturbado, mas que tem todas as pessoas queridas com as quais queremos conviver o maior tempo possível. Em compensação, você sabe que as mulheres ganham menos que os homens e, ainda por cima, costumam pensar sempre na família em primeiro lugar. Além disso, boa parte se dedica aos filhos e depois passa a tomar conta de familiares com problemas de saúde. O que, traduzindo em bom português, significa que a maioria sacrifica sua poupança ou nem sequer tem renda própria – e se arrisca a viver mais e em piores condições que eles.

Nos EUA, o Instituto de Educação Financeira para as Mulheres (em inglês, WIFE, que significa esposa), foi criado em 1988 com o objetivo de ajudar seu público-alvo a tomar decisões visando à independência. O primeiro conselho é o mais óbvio possível, embora as pessoas tenham a maior dificuldade de colocá-lo em prática: comece a poupar ONTEM! Já escrevi uma coluna sobre isso, mas volto ao tema, que é fundamental para mudar o padrão mental de lidar com dinheiro: não diga que vai começar a guardar algum quando receber um aumento ou zerar a dívida do cartão de crédito, porque os especialistas garantem que não funciona! Primeiro separe uma quantia, mesmo que seja pequena, como se estivesse pagando a você mesma. No longo prazo, vai fazer diferença.

Esteja atenta às oportunidades e aprenda a fugir de armadilhas. Oportunidade: se seu trabalho tiver algum plano de previdência privada, no qual o empregador faça também um aporte. Armadilha: produtos bancários de má qualidade que seu gerente pode tentar lhe empurrar, como títulos de capitalização. Prepare-se para imprevistos que possam causar impacto no orçamento, como uma doença ou acidente. Por isso seguros de saúde representam um “colchão”. A propósito, um divórcio pode ser considerado um terremoto de grandes proporções. Se o marido é o único responsável pelas finanças da casa, e a mulher não tem nem conta própria, pode se ver sem acesso a qualquer recurso, e ainda por cima com desafios como mudar-se ou manter-se durante o processo de separação, além de eventualmente pagar um advogado. Construir uma reserva vai garantir mais liberdade e tranquilidade nessa hora tão difícil.

Mariza Tavares - G1