Segundo o presidente dos Estados Unidos, o encontro poderia acontecer “sob as circunstâncias certas”.


O presidente dos Estados Unidos Donald Trump afirmou nesta segunda-feira que “ficaria honrado” em conhecer o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, “sob as circunstâncias corretas”. A declaração do líder americano acontece em meio a uma escalada de tensão entre os dois países nos últimos meses.

“A maioria dos políticos nunca diria isso”, afirmou Trump sobre sua disposição em realizar o encontro inesperado. “Mas eu digo que, sob as circunstâncias certas, eu me encontraria com ele”, completou em entrevista à agência de notícias americana Bloomberg.

Os Estados Unidos não têm quaisquer relações diplomáticas com a Coreia do Norte. Na semana passada, o secretário de Estado americano Rex Tillerson afirmou que seu país pretende negociar com o regime de Kim Jong-un caso o país tome medidas significativas e verdadeiras para acabar com seus programas de armas nucleares e testes com mísseis balísticos.

Questionado sobre os comentários de Trump, o secretário de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, disse a repórteres que “claramente não existem condições certas agora” para um encontro e que a Coreia do Norte precisa parar com suas provocações antes que qualquer tipo de relação seja estabelecida.

A Coreia do Norte tornou-se a ameaça de segurança nacional mais urgente dos EUA e foi uma das mais importantes questões de política externa enfrentada por Trump em seus primeiros 100 dias na presidência. O regime de Kim continua desenvolvendo seu programa nuclear e intercontinental de mísseis balísticos, desafiando as instituições internacionais e as sanções.


Analistas militares acreditam que a Coreia do Norte possa estar desenvolvendo um míssil balístico nuclear de ponta que poderia chegar ao continente americano em 2020, ainda durante o mandato de Trump.

Entrevista interrompida

Durante outra entrevista concedida por Donald Trump nesta segunda, o presidente interrompeu o jornalista da emissora americana CBS e pediu que ele saísse da sala após se irritar com as perguntas repetidas feitas pelo repórter. John Dickerson questionou duramente o republicano sobre suas acusações infundadas sobre o uso de escutas telefônicas em seu escritório pelo governo de Barack Obama.

Trump, visivelmente incomodado, não quis entrar em detalhes sobre que tipo de provas tem contra o ex-presidente para sustentar sua acusação de espionagem ilegal durante a campanha eleitoral de 2016. “Acredito que nossa versão ficou provada com força e todo o mundo fala dela”, afirmou o presidente na entrevista concedida na Casa Branca.

O jornalista da CBS News pediu então a Trump que se explicasse: “O que quer dizer? Eu digo porque o senhor não quer ser notícia falsa (…). Quero saber sua opinião (sobre a suposta espionagem); o senhor é o presidente dos EUA”. “É o suficiente”, concluiu Trump, que imediatamente se sentou em sua mesa do Salão Oval para revisar alguns papéis, deixando o entrevistador falando sozinho.

Por Veja