“Pode parecer talvez um estranho princípio enunciar como primeiro dever de um hospital não causar mal ao paciente”. Florence Nightingale
O estudo da segurança do paciente é relativamente novo, o conceito, como hoje é conhecido de redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde, nasceu há mais ou menos quinze anos. Sendo que nos últimos dez anos foram publicados mais de setenta mil artigos científicos tratando do assunto, em todo o mundo.
Apesar de ser uma ciência nova, ela cresce rapidamente e ganha importância proporcional. Por isso, é fundamental que todo o sistema de saúde, seja ele privado ou público, enxergue a segurança do paciente de outro modo, dando-lhe a importância devida.
Não há possibilidade de continuarmos com sistemas de saúde alheios a temática da segurança do paciente. Diria mais, a sustentabilidade dos sistemas de saúde depende disso. Só para exemplificar, um terço do dinheiro que é gasto em saúde atualmente nos Estados Unidos é desperdício, dinheiro mal administrado.
Um dos grandes componentes deste desperdício é a falta de segurança do paciente, pois ocorrem muitos danos na assistência e o gasto é enorme para tratar eventos adversos, tais como queda, administração errada de medicamentos, cirurgias erradas.
A segurança do paciente deve estar como um dos pilares de qualquer organização de saúde. Diria, como exemplo, que segurança do paciente deveria estar na pauta diária de todos os diretores de hospitais e clínicas, assim como faturamento, custos, número de paciente-dia.
Desta forma, no momento em que isso acontecer teremos muito mais recursos disponíveis para investimentos na área de saúde e menos ações judiciais envolvendo a relação paciente-médico.
É nossa obrigação ter como foco o paciente, desenvolvermos uma cultura de segurança e trabalharmos em equipe.
A responsabilidade é de todos.
Alisson Fontes
Advogado e consultor
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