Inspirados pela riqueza cultural nordestina, os alunos do Campus Jacobina do IFBA Gabriel Miranda, Geovana Lira e Gabriel Marinho, integrantes da equipe Os Cangaceiros e Maria Bonita, e Emille Damasceno, Adriel Oliveira e Hellen Gomes, que representam a Lampião II, estão classificados para a grande final da Olimpíada Nacional em História do Brasil, que acontece nos dias 17 e 18 de agosto, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo.
“Há cinco anos participamos e garantimos vaga na fase final da ONHB. Este é um evento que já faz parte da cultura escolar do nosso campus, pois a cada ano mais estudantes se interessam em participar. Nesta edição, por exemplo, foram mais de 60 jovens envolvidos. Em 2017, conquistamos medalha de bronze”, explica a professora Carla Côrte, que acompanha os alunos em encontros semanais para estudar a temática proposta pela comissão organizadora da competição: “Os excluídos da história”.
18 equipes, das 20 inscritas, chegaram à semifinal. Desse total, duas garantiram vaga na grande final, que consiste em prova dissertativa acerca do tema.
É a primeira vez que Geovana Lira participa da ONHB. “A experiência está sendo legal e produtiva. Os formatos das fases são diferentes e instigantes. As pesquisas exigem o máximo de atenção e dedicação pelo nível de complexidade. Cada fase é uma superação!”, revela a jovem, que compõe o grupo Os Cangaceiros e Maria Bonita, segundo ela, uma homenagem à região.
Já o colega Adriel Oliveira, que representa a Lampião II, está pela 2ª vez na olimpíada. Porém chegar à final é uma novidade. “Estamos felizes e cansados, já que cada fase é um desafio a ser cumprido. Sempre há a expectativa e adrenalina entre finalizar cada etapa e esperar o resultado. Mas a ajuda dos colegas e as reuniões propostas pela professora Carla auxiliaram bastante. Cada um de nós se torna um pequeno historiador ávido por mais informação”.
Fique por dentro
”Quem são os sujeitos da história que por muito tempo não mereceram datas comemorativas, monumentos ou destaque dentro dos livros didáticos? Quem são os sujeitos que, embora estudados pelos historiadores e cientistas sociais hoje e mencionados em sala de aula, são rejeitados pela sociedade, pela narrativa dominante dos meios de comunicação em massa e por uma parcela dos estudiosos que quer negar a sua importância?”
Essas foram as perguntas que atravessaram todas as fases online da 11ª edição da olimpíada. Segundo Carla, a proposta pedagógica da ONHB coloca em prática outras formas de ensinar e aprender História, incentivando o protagonismo, a pesquisa e a autonomia dos estudantes, ao potencializar itinerários formativos e contribuir para o desenvolvimento das intelectualidades.
“Durante o processo, eles/as constroem percepções e referenciais sobre as relações de força e poder que se operam historicamente, mapeando os silenciamentos, os processos de exclusão, opressão e violência que sustentam narrativas hegemônicas, a partir dos seus lugares e sentidos de representatividade, de ser e estar no mundo, sintonizados com processos que incluem, equalizam e fortalecem o exercício da democracia”, destaca a docente.
Com o uso de metodologias ativas, a exemplo da realização de tarefas, e linguagem gamificada, a olimpíada aponta caminhos não convencionais, que extrapolam o livro didático, incluindo a consulta a documentos históricos, preservados nos mais diversos arquivos públicos, textos acadêmicos, literários e imagéticos, diversificando as fontes de conhecimento.
“Essas aprendizagens se materializam em conversas e observações feitas durante os encontros de orientação, na defesa de determinadas agendas de luta comprometidas com aqueles que, historicamente, foram invisibilizados e silenciados”, pontua Carla. De acordo com a docente, os participantes da ONHB alcançam um bom desempenho na avaliação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prova que tem um caráter interdisciplinar, assim como a proposta da olimpíada.
Saiba mais
A Olimpíada Nacional em História do Brasil é um projeto de extensão da Universidade Estadual de Campinas, desenvolvido pelo Departamento de História por meio da participação de docentes, alunos de pós-graduação e de graduação, com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Telecomunicações (MCTIC), por meio do edital de Olimpíadas Científicas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Em suas dez edições a ONHB firmou-se como uma importante competição para estudantes do oitavo e nono anos do ensino fundamental e do ensino médio de todo o Brasil, trazendo uma proposta inovadora de estudar a história do Brasil.
A Olimpíada é realizada por equipes compostas por quatro pessoas: três estudantes (que podem estar em diferentes anos) e um professor de história do colégio. São seis fases online, compostas por questões e tarefas diversas. As respostas são enviadas exclusivamente pelo site e obtidas pelos participantes por meio do debate com os colegas e orientador/a. Cada questão traz quatro alternativas, e mais de uma pode estar correta, cabendo às equipes selecionar a alternativa que considera a mais adequada em resposta à questão. Fonte: https://www.olimpiadadehistoria.com.br
Por Verusa Pinho
0 Comentários
O Diário da Chapada não se responsabiliza pelos comentários aqui expostos.