'Respeitando a soberania, nós devemos ter um objetivo de reflorestamento', disse presidente francês; queimadas na Amazônia foram inseridas na pauta da cúpula das sete grandes economias mundiais, que vai até segunda-feira (26).
A cúpula do G7, reunida no sudoeste da França neste final de semana, concordou em ajudar os países atingidos pelas queimadas na Amazônia "o mais rápido possível", disse o presidente francês, Emmanuel Macron, neste domingo (25).

"Há uma convergência real para dizer que todos concordamos em ajudar os países afetados por esses incêndios o mais rápido possível", disse Macron, anfitrião da cúpula das sete grandes economias mundiais, que termina nesta segunda-feira (26) na cidade de Biarritz, no sudoeste da França.

As queimadas na Amazônia foram inseridas na pauta do G7, cúpula das sete grandes economias mundiais. O objetivo é chegar a um consenso sobre a ajuda financeira para os países sul-americanos combaterem o desmatamento e promoverem o reflorestamento.

O presidente francês ressaltou a necessidade de recuperar as áreas afetadas, apesar dos desafios que a questão coloca em termos de soberania nacional, “que é perfeitamente legítima”.

“Respeitando a soberania, nós devemos ter um objetivo de reflorestamento. A importância da Amazônia para esses países e para a comunidade internacional é tão grande em termos de biodiversidade, oxigênio e luta contra as mudanças climáticas, que precisamos proceder o reflorestamento”, explicou Macron.


Os diálogos nesse sentido vão continuar na cúpula, frisou ele. O presidente francês lembrou que a Colômbia fez um pedido de ajuda à comunidade internacional para enfrentar o problema. “Nós devemos nos mostrar presentes. Devemos finalizar isso”, disse Macron, ressaltando que “há contatos” sendo feitos pela França “com todos os países da Amazônia”, para disponibilizar “meios técnicos e financeiros”.
'Bem comum'
No sábado, Macron afirmou que uma das suas prioridades no evento será mobilizar “todas as potências, em parceria com os países da Amazônia”, para combater o desmatamento e investir no reflorestamento.

“A Amazônia é nosso bem comum. Estamos todos envolvidos, e a França está provavelmente mais do que outros que estarão nessa mesa [do G7], porque nós somos amazonenses. A Guiana Francesa está na Amazônia”, afirmou Macron, em cadeia nacional.

Em seu discurso de sábado, Macron adotou um tom mais ameno do que na sexta-feira, quando disse que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, “mentiu” sobre os compromissos em relação à preservação ambiental, assumidos durante a reunião do G20, em junho. Por causa disso, Macron ameaçou não ratificar o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul nas condições atuais.

Analistas políticos da França veem na investida contra o acordo comercial com o Mercosul uma reaproximação de Macron com a esquerda francesa e, principalmente, com os produtores agrícolas, que temem a concorrência dos produtos brasileiros. Segundo o jornal francês “Liberation”, desde julho, já havia um movimento no governo um movimento contrário ao acordo com Mercosul.

Ainda no sábado (24), o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, lamentou as queimadas na Amazônia e disse que “é difícil imaginar um processo harmonioso de ratificação do tratado com o Mercosul por parte dos países europeus enquanto o governo brasileiro permitir o desmatamento da Amazônia".

No entanto, no sábado, Reino Unido, Alemanha e Espanha fizeram críticas a Macron e defenderam o acordo UE-Mercosul.

Por G1