Medidas incluem aumento do salário mínimo, bônus para funcionários públicos e congelamento da gasolina por 90 dias; presidente pede desculpas por ter criticado eleitores e diz que 'respeita' seu voto

BUENOS AIRES — Em resposta à contundente vitória da oposição nas eleições primárias do último domingo, o presidente Maurício Macri anunciou nesta quarta-feira uma série de medidas econômicas para tentar aliviar o bolso dos argentinos que o castigaram nas urnas. Entre as ações anunciadas pelo presidente estão o aumento do salário mínimo, bônus salariais para funcionários públicos, o alívio da carga tributária para a classe média e o congelamento por 90 dias do preço da gasolina e dos combustíveis em geral.

Horas após o anúncio, Macri disse ter conversado por telefone com o candidato vencedor das primárias , Alberto Fernández .  No Twitter, afirmou que o opositor também se comprometeu "a colaborar de todas as maneiras possíveis para que esse processo eleitoral e a incerteza política que ele gera, afetem a economia argentina o mínimo possível".

Mais cedo, em um breve pronunciamento, Macri prometeu "trazer alívio para 17 milhões de pessoas" e pediu desculpas pelas declarações que deu na segunda-feira, quando se eximiu de responsabilidade e culpou a oposição pela má reação dos mercados ao resultado das primárias, que foram uma prévia da eleição presidencial de 27 de outubro. Na ocasião, o presidente foi muito criticado por passar a impressão de que não respeitava o pronunciamento dos argentinos nas urnas. Agora, disse que fez "autocrítica".

— Respeito profundamente a decisão dos argentinos — disse Macri nesta quarta. — Quero pedir desculpas pelo que disse na entrevista coletiva da segunda-feira. Hesitei em dar a entrevista porque ainda estava muito afetado pelo resultado das eleições, estava sem dormir e triste —justificou-se.

O Globo e La Nación