O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disseram que a ajuda é bem-vinda. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, classificou as declarações de Macron como oportunistas.

O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta segunda-feira (26) que os líderes do G7 vão providenciar, imediatamente, 20 milhões de euros (cerca de R$ 91 milhões) de ajuda emergencial para combater queimadas na Amazônia. O anúncio acontece em meio à tensão entre Macron e o o governo brasileiro. Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro questionou o interesse da França em ajudar a preservar a floresta.

A maior parte do dinheiro dos países ricos seria destinada ao envio de aviões Canadair de combate a incêndios, segundo a agência France Press. O G7 também propôs uma assistência de médio prazo para o reflorestamento, a ser apresentada na Assembleia Geral da ONU no final de setembro. Para recebê-la, o Brasil teria que concordar em trabalhar com ONGs e populações locais, disse governo francês.

Bolsonaro não disse se aceitaria ou não o apoio. Ao sair do Palácio da Alvorada, nesta manhã, comentou: "Será que alguém ajuda alguém – a não ser uma pessoa pobre, né? – sem retorno? [...] O que que eles querem lá há tanto tempo?”.

Pouco depois, pelas redes sociais, Bolsonaro disse que conversou sobre a Amazônia com o presidente da Colômbia, Iván Duque, e que não se pode aceitar que Macron "dispare ataques descabidos e gratuitos à Amazônia".

"Não podemos aceitar que um presidente, Macron, dispare ataques descabidos e gratuitos à Amazônia, nem que disfarce suas intenções atrás da ideia de uma 'aliança' dos países do G-7 para 'salvar' a Amazônia, como se fôssemos uma colônia ou uma terra de ninguém", postou Bolsonaro.

Desde a semana passada, com a crise gerada pela alta das queimadas na Amazônia, Bolsonaro e Macron trocam críticas em declarações e entrevistas. O francês, por exemplo, disse que Bolsonaro mentiu sobre sua preocupação com a proteção do meio ambiente (veja mais detalhes abaixo).

Dados divulgados neste domingo (25) pelo Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, antes mesmo do final do mês, agosto já registra mais focos de queimadas na Amazônia que a media dos últimos 21 anos.

Na sexta-feira (23), a Nasa, a agência espacial americana, informou que 2019 é o pior ano de queimadas na Amazônia brasileira desde 2010.

Além disso, entre janeiro e agosto de 2019 as queimadas no país aumentaram 82% com relação ao mesmo período do ano passado.

Por G1