Petróleo cru já atingiu 46 cidades em 8 estados. Análise da Petrobras diz que substância não é produzida no Brasil, mas a origem ainda não foi esclarecida.
As manchas negras que têm aparecido em praias do Nordeste desde o início de setembro já atingiram 99 locais em 46 municípios de 8 estados, de acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). A maior parte (41%) está no Rio Grande do Norte (veja a situação por estado mais abaixo).

Uma investigação do órgão aponta que o óleo que está poluindo as praias têm a mesma origem, mas ainda não é possível afirmar de onde ele viria. Segundo a Petrobras, trata-se de óleo cru, que não é produzido no Brasil.

Confira quantos locais foram atingidos em cada estado, segundo o Ibama:
Alagoas: 12 locais
Ceará: 6 locais
Maranhão: 9 locais
Paraíba: 16 locais
Pernambuco: 16 locais
Piauí: 2 locais (o estado não consta na lista do Ibama)
Rio Grande do Norte: 41 locais
Sergipe: 4 locais
Animais afetados
O óleo já atingiu ao menos nove tartarugas e uma ave bobo-pequeno ou furabucho (Puffinus puffinus), conhecida pela longa migração. Segundo o Ibama, uma das tartarugas foi devolvida ao mar e outra foi encaminhada a um centro de reabilitação. Sete tartarugas foram encontradas mortas ou morreram após o resgate. A ave também não resistiu ao óleo.

1/9 - 1 tartaruga marinha - Praia de Sabiaguaba, Fortaleza (CE) - morta
4/9 - 2 tartarugas marinhas - Praia do Paiva, Cabo de Santo Agostinho (PE) - morta
7/9 - 1 ave bobo pequeno - Praia de Cumbuco, Caucaia (CE) - morta
11/9 - 1 tartaruga marinha - Praia de Jacumã, Ceará-Mirim (RN) - viva
16/9 - 1 tartaruga marinha - Ilha dos Poldos, Aroises (MA) - morta
22/9 - 1 tartaruga marinha - Praia de Itatinga, Alcântara (RN) - viva
22/9 - 1 tartaruga marinha - Praia da Redinha Nova, Extremoz (RN) - morta
23/9 - 1 tartaruga marinha - Praia da Redinha Nova, Extremoz (RN) - viva
24/9 - 1 tartaruga marinha - Jericoacoara, Jijoca de Jericoacoara (RN) - morta
"Um dos pontos que chamam mais a atenção neste caso é a fragilidade do sistema de fiscalização e monitoramento da costa, que está enfraquecido. Isso traz graves consequências e um dos reflexos são as manchas de óleo, que ninguém sabe de onde vem. Se tivéssemos fiscalização marinha, isso não aconteceria", afirma Anna Carolina Lobo, gerente dos programas Marinho e Mata Atlântica do WWF-Brasil.
Nas redes sociais é possível ver moradores compartilhando vídeos e fotos dos bichos cobertos por óleo negro. A recomendação do Ibama é que, nestes casos, a população acione os órgãos ambientais competentes para que os animais sejam avaliados antes de devolvidos ao mar.

Até o momento, não há sinais de que peixes e crustáceos estejam contaminados, de acordo com o Ibama, mas o instituto recomenda que banhistas e pescadores não tenham contato com o óleo.

O Ibama pediu apoio à Petrobras para fazer a limpeza das praias e a empresa afirmou que vai disponibilizar 100 pessoas para o trabalho. O G1 perguntou ao Ibama quando a limpeza deverá começar, e aguarda retorno do órgão.

Fonte: G1