Transportes, telefonia móvel e manutenção externa da instituição estão entre as áreas afetadas; reitoria atribui cortes ao 'grave quadro orçamentário'

Com um orçamento deficitário e que sofreu contingenciamento do governo federal, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) anunciou nesta quarta-feira (4) a suspensão de serviços como telefonia, transporte e manutenção externa, para poder se manter de portas abertas.


Em comunicado oficial, a reitoria informou que adotará seis medidas de contenção de despesas a partir de segunda-feira (9):

1) Racionamento do uso de veículos oficiais

2) Suspensão dos serviços de telefonia móvel para os ocupantes de cargos de representação da Reitoria, das pró-reitorias, decanias e unidades

3) Suspensão de passagens internacionais e limitação de viagens e diárias nacionais para atividades de campo de disciplinas de graduação

4) Redução do quadro de auxiliares de processamento de dados

5) Suspensão do contrato de serviços de manutenção externa e jardinagem

6) Nova licitação de transportes de ônibus internos do campus Cidade Universitária e intercampi, para atender à conjuntura orçamentária. Cabe destacar que a medida não implicará redução de fluxo dos transportes

O comando da universidade afirmou também que "novas medidas ainda estão em estudo e serão anunciadas em breve".

Com o  contingenciamento  a universidades federais anunciado em maio, a UFRJ  sofreu um corte de 44% de suas verbas de custeio — de R$ 331,6 milhões, previstos pela Lei Orçamentária Anual, para R$ 185,8 milhões.

Já o valor destinado a investimentos (aquisição de equipamentos e realização de obras, entre outros) desabou 86% — passando de R$ 9,1 milhões para R$ 1,2 milhão.

Em sua nota, a reitoria da UFRJ "reconhece o esforço que tais medidas representarão para a comunidade universitária, mas reitera a necessidade dos ajustes diante do grave quadro orçamentário atual".

Em agosto, a reitora Denise Pires de Carvalho , eleita neste ano para o cargo, afirmou ter recebido R$ 16 milhões para pagar as despesas, quando necessitava do dobro (R$ 30 milhões) para manter os serviços em dia.

Em entrevista ao GLOBO na ocasião, Denise afirmou que, sem os serviços de vigilância e de manutenção, o “mato vai crescer na Ilha do Fundão” e o campus será “um lugar de desova de cadáveres”.

Procurado, o Ministério da Educação afirma que liberou R$ 376,7 milhões às universidades federais na segunda-feira, dentro de um pacote de R$ 614,4 milhões. "Os recursos serão destinados para 115 Institutos e Universidades Federais de todo o país e serão aplicados na manutenção e custeio, com prioridade para despesas com água, energia elétrica, vigilância, limpeza, terceirizados em geral, aluguéis, bem como assistência estudantil e funcionamento de restaurantes universitários", afirma o MEC.

Fonte: O Globo