A chegada de máquinas e homens desconhecidos num campinho de futebol que costuma ser usado pela população do bairro de Canabrava, em Salvador, na manhã desta sexta-feira (26), gerou um conflito. Por volta das 9h, os homens tentaram cavar um buraco no espaço para construir um muro e a comunidade impediu, chamando a polícia em seguida. De acordo com a Secretaria Municipal de Urbanismo (Sedur), o terreno é privado, mas não informou a quem pertence.
Um morador, que estava na discussão e teme revelar a identidade, conta que algumas crianças estavam brincando no campinho quando foram orientadas a deixar o local, pois uns funcionários alegaram que iniciariam uma obra. A meninada, então, chamou os adultos para entender porque estavam querendo murar o campo. Os mesmos homens já tinham aparecido no local na manhã de quinta-feira e foram impedidos de realizar o serviço.
A comunidade diz que usa o espaço há pelo menos 30 anos para promover “babas” — o futebol de várzea. Segundo o morador, o pessoal da liga que joga no local resolveu deixar os refletores do campo ligados de quinta para sexta para evitar que fizessem algo no terreno durante à noite. “Já existe essa tentativa de tomar esse espaço da gente há um tempo, mas é nossa única opção de lazer”, conta.
Conforme conta ele, cerca de seis homens, alguns deles alegando serem seguranças, teriam chegado com um documento alegando que a empresa para a qual trabalhavam era proprietária do terreno. No entanto, o morador afirma que estas pessoas não estavam fardadas e também não revelaram o nome da empresa nem para a comunidade e nem para os policiais. Os tais seguranças estavam, aparentemente, armados, relata.
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