O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, anunciou neste domingo (25) que o país entrará em um novo estado de emergência num esforço para conter o aumento das infecções por coronavírus, impondo toques de recolher locais e proibindo viagens entre regiões em certos casos.

"Estamos vivendo em uma situação extrema. É a mais séria do último meio século", disse ele em entrevista coletiva após uma reunião de gabinete.

A medida entra em vigor na noite de domingo e exigirá que todas as regiões, exceto as Ilhas Canárias, imponham um toque de recolher noturno.

O estado de emergência precisará de aprovação parlamentar para durar mais de 15 dias. Sanchez pediu ao Parlamento aprove uma extensão até 9 de maio. Um número crescente de regiões vinha pressionando o governo para implementar a medida.

A Espanha impôs um dos bloqueios mais rígidos no início da pandemia e depois relaxou as restrições durante o verão.

Mas, como muitos outros países europeus, vive um repique de contágios nas últimas semanas e agora tem um dos maiores números de infecções na Europa Ocidental. O total de casos aumentou para 1.046.132 na sexta-feira (23), enquanto o número de mortos se aproxima de 35.000.

O decreto servirá de marco legal para a implantação de um novo sistema de alerta de níveis, semelhante aos já aplicados em países como Alemanha e França.

De acordo com essa classificação, viagens entre regiões podem ser proibidas se uma delas decidir, exceto por motivos justificados, como trabalhar. O movimento também pode ser restringido dentro de regiões em bloqueios localizados.

A maioria das regiões já se encontra acima dos parâmetros que definem o maior nível de risco.

Itália também tem repique de casos

A Itália ordenou neste domingo (25) o fechamento de bares e restaurantes às 18 horas para tentar impedir um repique da Covid-19, cujas taxas de infecção diárias têm batido novos recordes.

Academias públicas, cinemas e piscinas também serão fechados.

O primeiro-ministro Giuseppe Conte disse que as medidas visam proteger a saúde pública e a economia e devem permitir que a curva ascendente da epidemia seja controlada nas próximas semanas.

"Achamos que sofreremos um pouco este mês, mas, cerrando os dentes com essas restrições, poderemos respirar novamente em dezembro", disse ele em uma entrevista coletiva.

Mostrando a propagação da doença, o principal porta-vozes de Conte e do presidente italiano, Sergio Mattarella, disseram que receberam resultados positivos para o vírus. O porta-voz de Conte, Rocco Casalino, disse em um comunicado que viu Conte pela última vez na terça-feira (20), quando eles usaram máscaras e mantiveram o distanciamento social.

A Itália, que já foi o país mais atingido pela pandemia no mundo, foi ultrapassada por outros na Europa, incluindo Espanha, França e Reino Unido, mas as taxas de infecção estão subindo novamente e os serviços de saúde estão sob pressão crescente.

As novas medidas, que entram em vigor na segunda-feira (26) e foram acordadas com as autoridades regionais, seguem duas noites de protestos em Nápoles e Roma contra toques de recolher que entraram em vigor em várias regiões na semana passada.

Folhapress