Os socorristas redobraram os esforços neste sábado, 16, para encontrar sobreviventes nos escombros após o forte terremoto que atingiu a ilha indonésia Célebes na sexta-feira e que deixou dezenas de mortos e centenas de feridos.


Ao menos 46 pessoas morreram no terremoto de magnitude 6,2 que aconteceu na madrugada de sexta-feira, 15, e gerou pânico entre os habitantes do oeste da ilha de Celebes, que já viveu outra catástrofe em 2018.


Dezenas de corpos foram recuperados até agora entre os escombros de prédios derrubados em Mamuju, a capital provincial do oeste de Celebes, assim como no sul da regão, onde houve uma forte réplica neste sábado pela manhã.


Ao mesmo tempo, as famílias començam a enterrar as vítimas, segundo observou um jornalista da AFP.


Aviões e barcos chegavam a Célebes com suprimentos e material de emergênia. A Marinha enviou um navio medicalizado para apoiar os dois únicos hospitais que ainda funcionam em Mamuju, que estão lotados por feridos, segundo a imprensa local. As autoridades informaram que há ao menos 190 feridos graves.


As autoridades não especificaram quantas pessoas podem estar presas sob os edifícios derrubados, entre eles um hospital com uma dezena de pacientes e membros da equipe médica no interior.


A falta de materiais dificulta os esforços dos resgatistas para tirar as vítimas dos escombros. Enquanto isso, milhares de habitantes buscam um teto em abrigos precários ou em barracas, devido às intensas chuvas.


"Estamos sem comida. Ainda não chegou a ajuda do governo", disse à AFP Desti, de 24 anos, que teve que sair quase fugindo de sua casa, muito perto do epicentro do terremoto.


"Precisamos de mantas e colchões. Algumas pessoas estão dormindo sobre folhas de coqueiro", explica esta jovem, que como muitos indonésios tem só um nome. A mulher destaca que muitas famílias temem voltar para casa por medo das réplicas. No total, cerca de 15.000 habitantes recorreram a refúgios temporários.


Risco de tsunami


O papa Francisco disse estar "triste" pelo terremoto e enviou sua "solidariedade" a todos os afetados, segundo um comunicado do Vaticano. "Reze pelo descanso dos mortos, pela recuperação dos feridos e pela consolação de todos os que estão de luto".


O terremoto também provocou deslizamentos de terra que cortaram o acesso a uma das principais estradas da província.


A agência meteorológica e geofísica alertou sobre a possibilidade de novos tremores e pediu aos habitantes que evitem a beira do mar por causa do risco de tsunami.


A ONG Save the Children pediu que se cuide em particular dos mais jovens. "Embora ainda se desconheça a magnitude da catástrofe, sabemos que as crianças são geralmente os mais vulneráveis depois de um desastre".


"É essencial que a resposta prioritária se concentre nas crianças, que viram a morte de familiares ou foram separadas de seus pais", acrescentou.


O terremoto de magnitude 6,2, segundo o Instituto de Geofísica dos EUA (USGS), aconteceu na sexta-feira às 02h18 hora local (15h18 de quinta-feira no horário de Brasília). O epicentro foi situado a 36 km ao sul de Mamuju, a uma profundidade de 18 km, informou o USGS.


O arquipélago indonésio está no chamado Cinturão de Fogo do Pacífico, uma área de forte atividade sísmica e vulcânica.


A região de Palu, na ilha Celebes, foi afetada em setembro de 2018 por um violento tremor de terra de magnitude 7,5 seguido por uma tsunami devastadora. Esta catástrofe deixou mais de 4.300 mortos e desaparecidos e pelo menos 170.000 deslocados.


Outro terremoto terrível de magnitude 9,1 foi registrado nas costas de Sumatra em 2004 e provocou uma tsunami que matou 220.000 pessoas na região, 170.000 delas na Indonésia.

A TARDE