Um grupo de indígenas foi agredido pela Polícia Militar no início da tarde desta terça-feira (26), em frente à Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), ao protestar por melhorias na educação. Eles tentaram adentrar a sede do órgão. A mobilização reuniu professores da carreira especial e indígenas de diversas etnias com representação na Bahia. Eles integram um grupo maior, de cerca de 1800 indígenas, que estão acampados na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) com o intuito de discutir com a gestão estadual e o Legislativo questões relativas aos territórios, educação e saúde indígena.

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A professora Verônica Pataxó, argumentou que a mobilização desta manhã teve a educação como pauta principal. Ela acusa o governo do Estado de cometer racismo institucional. “A nossa reivindicação é por valorização e para impedir que o governo do Estado do PT possa parar com o racismo institucional que vem cometendo contra a categoria de professores indígenas. Nós recebemos menos do que os professores não indígenas, e sem nenhuma explicação jurídica. O governo está sendo racista no momento em que diferencia funções iguais com pessoas de mesma formação. Professores que têm a mesma licenciatura, que tem mestrado e doutorado e recebem menos do que o professor da carreira não indígena”, denunciou em entrevista à TV Record.

O clima de tensão entre indígenas e a segurança do órgão foi crescendo ao longo da manhã. Em um vídeo é possível observar o momento em que um grupo de indígenas tenta avançar na área externa do órgão, o qual está protegido por grades para evitar o acesso do coletivo. Uma parte das grades é derrubada e a segurança, formada por policiais militares, revida com gás de pimenta.

Representações de diversas etnias e entidades de defesa indígena estão na sede da Governadoria para negociação de pautas com a gestão estadual.

À TV Record, a polícia informou que no início da manhã já havia acontecido um primeiro desentendimento com o efetivo. A força policial garantiu que não irá permitir a entrada do grupo na sede do órgão.

Equipe do Correio destinada ao local foi impedida de acessar a área. As imediações da Governadoria foi fechado pela segurança.

Contatada pela reportagem, a Polícia Militar não se manifestou sobre o assunto. “ Sugerimos que entre em contato com a Secom do governo do estado”, respondeu.

Correio