Um documento divulgado na quarta-feira, 12, pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+, apontou que, em 2021, a cada 27 horas uma pessoa morreu vítima da violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no Brasil. No total, foram registradas 316 mortes, o que representa um aumento de 33,33% em relação a 2020, quando ocorreram 237 óbitos.
O documento, que foi coordenado pelo Acontece – Arte e Política LGBTI+ e pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) em parceria com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), é resultado de um esforço coletivo de produção e sistematização de dados sobre a violência e a violação de direitos sofridas por pessoas LGBTI+.
As organizações apontam que, apesar dos índices serem alarmantes, os números ainda podem ser subnotificados. Isso ocorre porque o levantamento tem notícias publicadas em veículos de imprensa como a principal fontes dos dados, além das denúncias feitas por meio das redes sociais.
O levantamento indica que entre as causas das mortes, 262 foram vítimas de homicídio e 23 de latrocínio. Juntos, os crimes violentos representam 90,19% das causas dos óbitos relacionados à orientação sexual e identidade de gênero. Também foram documentados 26 suicídios e cinco pessoas morreram por outras causas.
As principais populações afetadas foram homens gays (145) e travestis e mulheres trans (141), que somaram 286 óbitos. Em menor número, aparecem mulheres lésbicas (12), homens trans e pessoas transmaculinas (8), bissexuais (3), outros segmentos (3) e aqueles que não tiveram a identidade de gênero ou orientação sexual não informada (4).
As regiões nordeste e sudeste registraram os maiores índices, com 116 e 103 mortes, respectivamente. Quase metade dos casos (152), aconteceram durante o período noturno e 174 óbitos ocorreram por meio do emprego de arma de fogo ou faca.
No que se refere ao perfil das vítimas, 112 eram pretas ou pardas, e 127, brancas. Destaca-se também a quantidade de jovens vítimas da violência LGBTfóbica. Entre as 316 vítimas, 96 tinham de 20 a 29 anos.
A Tarde
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