Número 2222 é tido como um dos mais fáceis de memorizar pelo eleitorado e é praticamente igual ao que deve ser utilizado por Jair Bolsonaro: 22


O deputado federal Tiririca, que se tornou famoso pela carreira humorística, afirmou estar chateado com o PL. O motivo: a chance de seu número utilizado nas urnas em eleições passadas ficar agora com Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), recém-filiado ao partido. À CNN, Tiririca comentou que poderia até mesmo desistir de tentar a reeleição a deputado federal.

“Aconteceram umas coisas com o partido que me deixaram meio chateado. Estão querendo pegar meu número para dar para o Eduardo Bolsonaro”, falou Tiririca à reportagem, entre pausas para atender a pedidos de fotos com simpatizantes ao andar pelos corredores da Câmara. No fim de 2017, Tiririca chegou a dizer que deixaria a vida política após o pleito de 2018. No entanto, voltou atrás.

Desde 2010, Tiririca usou o 2222 como seu número para ser eleito nas urnas. No entanto, segundo ele, há certa pressão para que o 2222 passe a ser utilizado por Eduardo Bolsonaro.

A CNN procurou e deputado Eduardo Bolsonaro para esclarecer a decisão sobre o número, mas ainda não obteve retorno.

O número é tido como um dos mais fáceis de memorizar pelo eleitorado e é praticamente igual ao que deve ser utilizado por Jair Bolsonaro: 22. Questionado sobre quem estaria por trás da ideia, Tiririca disse ter se “esquecido” do nome.

Articulador do PL em São Paulo e 2º vice-presidente nacional do partido, o deputado federal Capitão Augusto (PL-SP), afirmou que o número que cada candidato usará nas urnas só deve ser definido perto da convenção partidária –prevista para julho ou agosto– e que “o número para quem já tem nome não é fundamental”. O tempo de propaganda na rádio e na televisão é mais importante, defendeu.

Capitão Augusto disse ainda que o PL deve pedir que seus candidatos apresentem três opções de números para que se tente um consenso.

Puxadores de votos

Tiririca se tornou um dos maiores puxadores de votos nas últimas três eleições.

Em 2010, por exemplo, –à época no PR, que se tornou PL– Tiririca se elegeu à Câmara dos Deputados por São Paulo com 1.353.820 votos.

Ele acabou beneficiando candidatos integrantes de sua coligação que obtiveram menos de 100 mil votos, enquanto nomes de outro grupo com mais votos ficaram de fora.

Puxador de voto é o apelido dado a candidatos fortes que têm perspectiva significativa de conseguir mais votos do que os demais.

Eles conseguem fazer com que candidatos menos votados de sua legenda sejam “puxados” e eleitos por causa da grande quantidade de votos, que dará a seu partido o direito de uma bancada maior.

Essa lógica é válida para o chamado sistema proporcional –deputados federais, estaduais, distritais e vereadores. Tanto Tiririca quanto Eduardo Bolsonaro são considerados fortes puxadores de votos.

CNN Brasil