A Bahia quer dar um passo importante no reconhecimento do forró e ser o primeiro estado a obter o Registro de Patrimonizalização das Matrizes Tradicionais do ritmo . Desde dezembro de 2021, o forró é reconhecido como patrimônio imaterial da cultura brasileira pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a ideia agora é conseguir, também, o tombamento estadual.

A rota da busca pelo registro começa em uma cidade mais importantes para a história da Bahia: Cachoeira. Nesta sexta-feira (17), acontece uma sessão extraordinária que vai abrir o processo de registro estadual. O evento acontece às 14h, no no Cine Teatro do município de Cachoeira, no Recôncavo da Bahia, com a participação de autoridades, dos forrozeiros e forrozeiras, e de vários representantes do CEC e da Cultura Popular Nordestina.

A iniciativa é da Câmara de Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Natural (CPHAAN), do Conselho Estadual de Cultura da Bahia (CEC-BA), da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), tendo como proponente o Fórum Forró de Raiz da Bahia.

O conselheiro e presidente da CPHAAN, Táta Ricardo Tavares explica que a busca pelo registro estadual tem uma simbologia forte para o estado e indica reconhecer a importância do forró para a construção da identidade do que se entende como Bahia e a própria baianidade.

"Esse pedido significa que o Estado reconhece as contribuições históricas, culturais do Forró. (...) Registrar o forró como patrimônio imaterial é reconhecer publicamente a contribuição e legado de homens e mulheres que contribuíram para o nosso fortalecimento enquanto povo", aponta o conselheiro.

Táta também afirma que a ação visa salvaguardar e mostrar que o forró é parte importante do dia a dia da Bahia e obter o registro é interessante para toda a cadeia produtiva do ritmo (artistas, produtores, trabalhadores indiretos), além das admiradores. Esse registro pode ser o pontapé inicial para ações de fortalecimento do turismo e lutas por políticas públicas que associem o forró ao desenvolvimento do estado.

"O registro especial é para manter, respeitar, valorizar e garantir a existência para ser apresentada às futuras gerações", completa.

Coordenadora estadual do Fórum Forró de Raiz da Bahia, proponente do pedido de registro, Alessandra Gramacho conta que a luta para conseguir o tombamento pelo Iphan fez com que a Bahia e outros 13 estados, além do Distrito Federal, tivessem um dossiê com material suficiente para fazer os pedidos estaduais.

"A gente já tem material suficiente, temos a consciência de que o forró também é um bem cultural da Bahia e tínhamos muito desejo de solicitar o registro do forró como patrimônio na Bahia para fortalecer o registro do forró nacional. Nós nos fortalecemos ao reconhecer o forró como identitário", afirma.

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