Quatro suspeitos de terem participado do ataque ao ônibus do Bahia, em fevereiro deste ano, foram indiciados pela Polícia Civil. O nome dos envolvidos não foram divulgados. Até o momento ninguém foi preso.

Em nota, a Polícia Civil afirma que o inquérito que investiga o caso foi concluído no dia três de junho, pela 6ª Delegacia Territorial de Brotas, e encaminhado para o Tribunal de Justiça da Bahia.

Apesar de não divulgar a identidade dos suspeitos indiciados, a polícia havia confirmado que os participantes do ataque fazem parte da torcida organizada Bamor. Entre os investigados está o presidente do grupo, Half Silva. 

O carro de Half foi flagrado nas imagens durante o crime. O veículo passou por perícia que constatou a presença de explosivos. O presidente da Bamor, no entanto, negou a participação. Ele alega que no dia estava em Feira de Santana, acompanhando a partida entre Bahia de Feira e Coritiba, pela Copa do Brasil. 

O veículo teria sido deixado no estacionamento da sede da torcida e foi usado por alguém sem a autorização de Half. 

Ataque

O ataque ao ônibus do Bahia aconteceu no dia 24 de fevereiro, quando a delegação passava pela avenida Bonocô, rumo à Fonte Nova, para o jogo contra o Sampaio Corrêa, pela Copa do Nordeste.

O goleiro Danilo Fernandes e o lateral Matheus Bahia foram atingidos por estilhaços. Danilo sofreu cortes, nas pernas, braços, pescoço e rosto. O jogador ficou internado e precisou passar por um procedimento no olho. 

Cinco acusados chegaram a prestar depoimento e passaram por processo de acareação. De acordo com a delegada Francineide Moura, que iniciou as investigações, o crime vai ser enquadrado como tentativa de homicídio. 

No início de abril, a Bamor foi suspensa por seis meses. O grupo está impedido de entrar nos estádios com faixas e instrumentos musicais. A punição ocorreu após pedido da Polícia Militar ao Ministério Público. 

Câmeras de segurança flagraram o momento em que o ônibus com a delegação do Bahia foi alvo de bombas. Segundo a investigação, os suspeitos chegaram no local - na Avenida Bonocô -, por volta das 17h40 e permaneceram até 20h. 

A defesa dos suspeitos alega que eles estavam indo para um baba e decidiram recepcionar o ônibus do clube. A versão foi descartada pela Polícia Civil. 

"Eles começam a se reunir na sede da Bamor e depois vão para esse local sob a alegação de que iriam buscar um outro parceiro que iria participar de um baba, o que não tem nada a ver, ninguém vai ficar ali duas horas esperando. Não temos dúvidas nenhuma que foi premeditado, eles estavam ali esperando o ônibus do Bahia", afirmou Francineide Moura.

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