Ex-presidente e candidato do PT à presidência, Lula voltou a falar sobre os decretos de sigilos de 100 anos do atual presidente Jair Bolsonaro.

Nesta quarta-feira, 27, ele afirmou que Bolsonaro usa dos decretos para proteger seus familiares e ministros.

"Eu não conheço na história deste País alguém fazer um decreto de 100 anos para proteger seus familiares e seus ministros. É lógico que tem de revogar, não é possível", disse Lula durante sabatina ao Uol.

Na entrevista, ele afirmou ainda que não enfrentou problemas com os militares durante os seus governos, entre 2003 e 2010. Ele afirmou que "as bobagens que o Bolsonaro fala não têm apoio do Alto Comando".

"Os militares são mais responsáveis que o Bolsonaro. Eu convivi com os militares e posso dizer que não tenho queixa do comportamento das Forças Armadas. Eles nunca me criaram um único problema, me ajudaram no que era possível ajudar", disse.

Lula garantiu que, caso seja eleito, vai retomar o Bolsa Família e fixar o valor do benefício em R$ 600.

Mudar de nome foi uma bobagem. Vamos retomar o Bolsa Família de R$ 600. Não vai ser por pessoa, vai ser por família”, afirmou.

Lula foi questionado sobre o que acha da conduta do  ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio em endossar a ofensiva de Bolsonaro sobre o processo eleitoral.

Ele afirmou que o ministro não deveria estar preocupado com o assunto.

"Urna é uma questão da sociedade civil, do Congresso Nacional, dos partidos e da Justiça Eleitoral. Não é possível que, com a quantidade de responsabilidade que nós temos que ter, com o tráfico de armas e drogas na nossa fronteira, a gente tenha um ministro da Defesa preocupado com urna eletrônica. Está errado".

Ele citou que tem interesse em vencer logo no primeiro turno para encurtar os gastos da campanha e ganhar tempo para organizar o eventual governo.

"E no caso desse miliciano que está aí, você nunca sabe o que eles vão fazer", afirmou.

O candidato do PT frisou que a campanha propôs aos veículos de imprensa que fossem feitos três debates para um "pool" de jornalistas de diferentes empresas.

Assim, ele poderia viajar pelo Brasil e não precisaria, segundo o próprio, ficar "refém de uma infinidade de debates".

Ele disse que vai a debate com qualquer candidato, mas afirmou que pode não ter a oportunidade de debater com Bolsonaro caso ele decida participar de debates apenas no segundo turno.

"Ele está pensando 'só vou em debate em segundo turno'. Se puder, lembra ele que pode não ter segundo turno. A eleição pode se resolver no primeiro turno".

A Tarde