Os candidatos à Presidência da República Jair Bolsonaro (PL) e Luís Inácio Lula da Silva (PT) não vão participar das convenções dos seus partidos na Bahia.

A agenda presidencial disponibilizada no site do governo federal não informa os compromissos de Bolsonaro para esta sexta-feira, 22, quando será lançada a candidatura de João Roma ao governo do estado. As informações são divulgadas apenas com um dia de antecedência.

Mas a reportagem de A TARDE obteve da assessoria de Comunicação do Planalto a confirmação de que “não há previsão” para uma visita do presidente a Salvador nesta data. No domingo, dois dias depois, Bolsonaro lança a própria candidatura à reeleição, no Rio de Janeiro.

A assessoria de Comunicação de João Roma confirmou a ausência presidencial e disse que Bolsonaro está envolvido com a própria convenção e a agenda como chefe do Executivo. Ainda segundo a assessoria, o pré-candidato a governador está justamente em Brasília nesta quarta-feira, 20.

Para superar a dificuldade de ser desconhecido de parte da população, João Roma se apresenta como candidato de Bolsonaro e tenta absorver rapidamente o importante reduto de votos de apoiadores fiéis ao presidente na Bahia. Fato é que a imagem de Bolsonaro ao lado de Roma no lançamento da sua candidatura fortaleceria essa estratégia.

Lula também não deve vir a Salvador para o evento que oficializa o nome de Jerônimo Rodrigues como candidato do PT ao governo do estado, no dia 30 deste mês. A campanha do ex-secretário de Rui Costa disse também não trabalhar com essa possibilidade.

Assim como João Roma faz em relação a Bolsonaro, Jerônimo também destaca que é o candidato de Lula, valendo-se da expressiva popularidade do ex-presidente na Bahia. A diferença é que a alta rejeição do atual presidente pode atrapalhar os planos do pré-candidato do PL em subir nas pesquisas.

Ao que parece, até o momento, a missão de Lula e Bolsonaro em alavancar seus candidatos na Bahia foi cumprida no 2 de Julho.

O cientista político Cláudio André de Souza não vê prejuízo para as duas pré-candidaturas ao governo estadual por causa das ausências. ”No caso do PL e do PT já há uma perspectiva de alinhamento conforme as pesquisas mostram, de que a polarização nacional pode gerar uma grande influência na eleição estadual. E essa associação pode ser feita de outra forma no dia das convenções, por exemplo, com a exibição de vídeo gravado ou vivo [por Lula e Bolsonaro]”, explica.

A Tarde