O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o arquivamento do inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) em que ele é investigado por suposto vazamento de dados sigilosos. O pedido foi encaminhado pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo.
A investigação apura irregularidades que teriam sido cometidas pelo presidente no ano passado, quando divulgou, durante transmissão ao vivo pelas redes sociais, um inquérito sigiloso da Polícia Federal (PF) sobre o ataque hacker contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na eleição de 2018. O deputado federal Filipe Barros (PL-PR), que estava com Bolsonaro na live, realizada em 4 de agosto, e também é investigado.
Moraes destacou a mudança de posição da vice-procuradora. “Em quatro das cinco oportunidades de atuação do Ministério Público, a Procuradoria-Geral da República manifestou-se por meio da Dr. Lindôra Maria Araújo, Vice-Procuradora Geral da República, que, por meio de sua ciência, concordou com as referidas decisões, inexistindo a interposição de qualquer pedido de reconsideração, impugnação ou recurso no prazo processual adequado”, lembrou o ministro.
Moraes rejeitou o entendimento da PGR de que não havia elementos para a continuidade da investigação. Para ele, do pedido de arquivamento, de 1° de agosto, é uma “inusitada alteração de posicionamento da Procuradoria-Geral da República”, e que “não afasta a preclusão temporal já ocorrida”, ou seja, o requerimento não foi feito dentro do prazo.
A Tarde
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