Mais cinco novo mandados de busca e apreensão são cumpridos em escritórios de empresas de fachadas que são suspeitas de envolvimento em fraudes por meio de negociações de vendas de imóveis e automóveis em Salvador. Os estabelecimentos ficam em prédios empresariais na região da Avenida Paralela. As buscas fazem parte da Operação Falso Consórcio, que acontece nesta quinta-feira (18) na Bahia. Mais cedo, 28 mandados de busca e apreensão já foram cumpridos em outros locais de interesse.

Com isso, o total de mandados é de 33. O objetivo é conseguir materiais para ajudar nas investigações sobre os estelionatários que, segundo a Polícia Civil, realizavam fraudes através da compra de carros e imóveis. Foram apreendidos notebooks, computadores, celulares, pendrives e documentos. A estimativa da polícia é que os estelionatários causaram um prejuízo de mais de R$ 860 mil e até agora 165 vítimas já foram identificadas.

"Identificamos que se fazia ali presente uma organização mais estruturada, ou algumas organizações. Que foi o caso, chegamos a esse desfecho, de várias empresas praticando esse tipo de golpe. Até o momento, em torno de 13 (empresas). Eles agem de forma muito dinâmica, a empresa não fica aberta muito tempo no mesmo local. Eles vão encerrando as empresas e abrindo em outros locais, sempre centro empresariais de alto padrão, com toda estrutura, para mostrar para a vítima que é uma empresa de credibilidade, e no fundo não é", explicou o delegado Arthur Gallas. "Fomos em alguns locais que as empresas já se encontravam fechadas e levantamos novos CNPJs abertos pelas mesmas pessoas, em outros locais. E conseguimos mais mandados para esses locais, a princípio eram 28", acrescenta.

O delegado explicou como acontecia o golpe. Os estelionatários anunciavam bens em site à venda, tanto imóveis quanto veículos. Quem se interessa era convidado a visitar a empresa e recebia a oferta de um financiamento, com valor abaixo do mercado. "Aí quando se dispõe tem que pagar um sinal, é tipo um consórcio, paga uma entrada, porque já é carta contemplada. Mostram às vezes alguns bens de outras empresas, como foi o caso de uma delas, que era ao lado de concessionária de veículos que tinha carros no prédio e mostrava o carros deles como se fossem contemplados. Aí a pessoa se impressionava, via o valor baixo e pagava", acrescenta.

Além de Salvador, a operação aconteceu também em Lauro de Freitas, Cruz das Almas e Vitória da Conquista, sob comando do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP).

As ações são realizadas por 130 policiais do DCCP e dos Departamentos de Inteligência Policial (DIP), de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e de Polícia Metropolitana (Depom).

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