O desmatamento na Amazônia bateu um novo recorde em agosto, com mais de 1.661 km² de florestas desmatadas, um aumento de 81% em relação aos dados de 2021. O valor é o segundo maior do histórico recente do bioma, perdendo apenas para agosto de 2019.

Os dados de satélite foram comunicados nesta sexta-feira, 9, pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo os especialistas, além do desmatamento, a Amazônia teve o mês de agosto com mais queimadas desde 2010. Nos 31 dias do mês foram registrados 33.116 focos de queimadas, o que representa um aumento de 18% em relação a agosto de 2021,

De acordo com o Inpe, os dados são atualizados diariamente e, em oito dias, apontam mais de 20 mil focos de queimadas, superando todo o mês de setembro de 2019 e de 2021. Esta margem considera, somente, o período da estão do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).

Em nota, o secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, informou que mediante os dados alarmantes, recuperar o controle do desmatamento demanda planos concretos.

"Bolsonaro pode sair do governo, mas deixa de herança para seu sucessor uma crise ambiental na Amazônia como não se via desde os anos 1990 e uma crise social sem precedentes. O crime organizado dominou a região, e a liberação de armas para civis torna muito mais perigosa a tarefa de retomar a fiscalização e o controle do desmatamento", disse.

A área desmatada na Amazônia, é comparável ao tamanho da cidade de São Paulo. Para Cristiane Mazzetti, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, "a destruição ambiental nos últimos anos ganhou velocidade e escala já que as porteiras foram escancaradas por um governo que abraça e incentiva o crime ambiental através de suas ações e omissões, não se sabe o dia de amanhã e é melhor garantir enquanto a porteira está aberta".

A Tarde