Um pedido de afastamento e prisão foi protocolado contra o prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins da Filho (MDB) por descumprimento de determinações judiciais em três ações civis públicas.

O juiz titular da Vara da Fazenda Pública, Nunisvaldo dos Santos, determinou que a prefeitura reintegre mais de 50 agentes comunitários de saúde, demitidos, porém a ordem não foi cumprida, o que culminou no pedido.

Essa é mais uma das diversas polêmicas que a gestão pública do município tem enfrentado nos últimos anos, como por exemplo a CPI da Saúde, que apontou irregularidades nos contratos da Pasta na cidade.

Em entrevista ao programa Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM, o deputado federal Zé Neto (PT-BA) afirmou que Colbert não tem mais comando da cidade e que Feira vive à mercê de diversos esquemas que vão de encontro ao interesse público.

"O relacionamento [entre Câmara e Legislativo] é muito ruim e no momento não existe diálogo. Mas isso também muito em função de uma prática política fisiológica que elegeu a maioria dos vereadores. Eu te asseguro que hoje, o atual prefeito não tem comando nenhum na cidade. Os esquemas montados de interesses dentro da prefeitura, estão enraizados. O esquema de doação de cestas básicas nessa eleição, como houve no 2º turno para prefeito, veio de onde", questionou.

"Tivemos uma CPI da Saúde que apontou situações concretas e materiais de "Toma Lá Dá Cá", de laranjas, de pessoas com interesses diversos daquele da administração pública, então vivemos em uma situação difícil e sem essa vivência institucional entre Câmara e município", apontou.

De acordo com o petista, o clima hostil entre os poderes municipais é recorrente e pôde ser observado durante a eleição para a Prefeitura em 2018, quando Colbert foi eleito em segundo turno, com 54,42% dos votos, derrotando o próprio Zé Neto.

"Existe um clima muito tenso na Câmara, muito por conta de vários vereadores que fazem parte do grupo que comanda a cidade. Isso que você tá vendo, imagine como foi no 2º turno para prefeito? O ex-prefeito foi para empresa de lixo para dizer que quem não votasse neles iria perder o emprego. É esse tipo de coisa. Não é só a agressão verbal e sim uma sequência de assédios ocorrendo na cidade", contou.

Além disso, Zé Neto afirmou também que Colbert tem se utilizado da máquina pública para motivos eleitoreiros e de interesse próprio, ou de alguns esquemas.

"Vou te contar uma coisa que existe em Feira de Santana. Aqui temos um tal de agente distrital, ou agente de bairro, que não trabalha na verdade. É um cabo eleitoral, pago pelo município, que tem essa nomenclatura. Centenas foram contratados assim recentemente. É um processo de fisiologismo que corre na cidade, tivemos uma ação recentemente onde 11 pessoas foram presas por um desvio de quase R$ 200 milhões, e vivemos essa situação trágica na cidade com a administração do município envolvida."

A Tarde