Diversas organizações estudantis se reuniram na manhã desta terça-feira, 18, em ato que reivindica melhores condições de ensino nas universidades públicas brasileiras.
A manifestação, que passou a ser planejada após o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciar bloqueio de R$ 475 milhões do orçamento deste ano destinado às universidades e institutos federais, saiu do Campo Grande com destino à Praça Castro Alves, passando pela Avenida Sete.
Apesar de o presidente da República recuar da decisão, a organização do ato, que é nacional, se manteve. O presidente estadual da União da Juventude Socialista (UJS), uma das organizadoras da manifestação, Natan Ferreira, se se mostrou favorável às políticas públicas do período em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi presidente.
"Foi o Fies, o Prouni, as cotas, enfim, programas que garantiam que a universidade se popularizasse", disse Natan. "Bolsonaro desde o início tem anunciado cortes. Ele não gosta de ver jovens negros como eu estudando", completou.
Bolsonaro foi eleito em 2018 e concorre à reeleição no dia 30 de outubro, quando acontece o segundo turno, que tem favoritismo de Lula, segundo a mais recente pesquisa da Atlasintel.
Para o secretário político da União da Juventude Comunista (UJC), João Aguiar, ainda que a mobilização paute a derrota de Bolsonaro nas urnas, as ruas devem permanecer cheias durante todo o ano.
"É preciso esquentar o clima das ruas para que a derrota de Bolsonaro não seja só eleitoral", disse o militante, se referindo às consequências que os estudantes correm o risco de sofrer independentemente das eleições.
Entre as reivindicações imediatas nas instituições de ensino superior público, estão o aumento do valor das bolsas de pesquisa e a reabertura dos restaurantes universitários, alegou a militante da União da Juventude Rebelião (UJR), Louise Ferreira.
"Bolsonaro é o maior inimigo da educação. Dia 22, estaremos nas ruas novamente, a partir das 9h, no Campo Grande, em um ato das mulheres contra o fascismo", aponta Louise.
O presidente da União dos Estudantes da Bahia (UEB), Pedro Lucas Ferreira, disse também enxergar que a defesa da educação só será possível com a derrota de Bolsonaro e mobilização popular. "Desde o dia 6 estamos transformando as ruas em salas de aula", pontua.
A presidente nacional da União de Negras e Negros pela Igualdade (Unegro), Angela Guimarães, enxerga que os atos, além de reivindicarem melhorias na educação, se tornam uma oportunidade de defender outros direitos.
"Bolsonaro representa a tragédia social e civilizatória", pontua Angela. "Esse é um ato que representa uma reação imediata", conclui a presidente da Unegro.
A Tarde
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