Uma surpresa desagradável foi o que tiveram diversos moradores do município de Ipupiara, Chapada Diamantina nas últimas semanas, após tentarem sacar o Auxílio Brasil. No momento do saque, as pessoas eram informadas que o benefício estaria "bloqueado", sendo em seguida orientados a procurarem o Centro de Referência da Assistência Social (Cras) da cidade.
Beneficiários que se dirigiram ao órgão municipal relataram que funcionários teriam orientado a estas pessoas, que procurassem o prefeito Ascir Leite Santos (PP), para que autorizasse o desbloqueio.
De acordo com denúncia dos vereadores da oposição, Mauricio Machado, Irineu Oliveira e Isael Martins, todos do PSD, o prefeito teria autorizado o bloqueio dos munícipes que não apoiam o candidato ao governo da Bahia, ACM Neto (UB), bem como o candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro (PL).
"As pessoas estão sendo obrigadas a procurar o prefeito e se humilhar para isso. O prefeito Ascir manda votar em Neto e Bolsonaro, para que seja feito o desbloqueio das pessoas que possam votar contra. O prefeito, que tem mais de 20 anos no poder, é um ditador. A família é dona de diversos estabelecimentos grandes na cidade. É muita coisa para quem vendia geladinho e após assumirem a Prefeitura ficaram com o capital enorme", disse o vereador Mauricio Machado (PSD).
De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios, o governo federal determinou a ampliação do prazo para revisão e averiguação de cadastro para o recebimento dos recursos do Auxílio Brasil. O prazo limite que venceria neste mês de outubro foi prorrogado para 14 de novembro. Porém de acordo com a denúncia, ainda assim, não seria o motivo dos cortes apontados na cidade.
Outro fato grave é que além do bloqueio de diversos moradores, funcionários municipais já teriam sido ameaçados de demissão, caso não apoiassem a candidatura de ACM Neto e Jair Bolsonaro. Relatos de colaboradores da limpeza, que não quiseram se identificar, Alscir Leite (PP) teria dito que caso os votos não fossem nos candidatos dele, poderiam se preparar para dia 31 "entregarem a vassoura", ou seja, uma alusão à possível demissão.
"Fomos até o Cras e não fomos recebidos. Vamos voltar para ver o que eles têm a nos dizer. Estão forçando o povo que tome atitudes que vão contra a vontade da pessoa", afirmou Mauricio.
A reportagem procurou o prefeito Ascir Leite, bem como o secretário de finanças do município, Wellington Bessa, porém não obtivemos resposta.
A Tarde
0 Comentários
O Diário da Chapada não se responsabiliza pelos comentários aqui expostos.