Um engenheiro contratado pelo Flamengo acusa a o CEO do clube, Reinaldo Belotti, de adulterar a cena do incêndio do Ninho do Urubu, que vitimou 10 crianças no dia 8 de fevereiro de 2019. A tentativa de alterar a cena do local seria para impedir a perícia de descobrir uma possível negligência do clube. A acusação foi publicada em reportagem do UOL.
O engenheiro José Augusto Bezerra foi contratado pelo Flamengo para fazer um laudo independente do acidente. Em entrevista ao UOL, ele acusou o CEO de ter mandado um funcionário arrancar partes de uma instalação elétrica com problema durante a apuração das causas do acidente.
A ordem do CEO aconteceu em 10 de fevereiro, dois dias depois do incêndio. Ele mandou que funcionários arrancassem os fios e um disjuntor que poderiam implicar o Flamengo de ter cometido uma negligência com a segurança do CT. "Compromete o resultado da perícia da polícia. É decisivo", disse Bezerra, ao UOL.
Em seu laudo independente, Bezerra apontou má instalação elétrica, além de problema no ar-condicionado. O defeito no aparelho e no material inflamável das paredes dos contêineres, local onde as crianças ficavam alojadas foram apontados como causas do incêndio por perícia da Polícia Civil.
Apesar da acusação do engenheiro, a Polícia Civil informou que fez a perícia no mesmo dia do incêndio coletando provas periciais e a concluiu no mesmo dia. Com isso, a remoção de fios e disjuntor, em data posterior, não teria atrapalhado o trabalho dos peritos.
No entanto, o engenheiro contou na entrevista, que viu policiais trabalhando no local no dia 14 de fevereiro.
O Flamengo enviou uma nota oficial negando as acusações após a publicação da reportagem. Veja a nota abaixo:
"Jamais o Senhor Reinaldo Belotti pediu a quem quer que fosse para adulterar a cena do local do incêndio, o que seria inútil haja vista a consumação imediata da perícia, logo após ao incêndio, bem antes dessa empresa e seu sócio surgirem no cenário. O clube também sustenta que 'não há, em toda a vasta documentação produzida pelas autoridades públicas, qualquer elemento de prova que indique ou confirme a acusação leviana e caluniosa feita por esse senhor [Bezerra]'".
A Tarde
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