Projeto de Lei (PL), que pretende recontratar profissionais de saúde para o Mais Médicos, mesmo aqueles que já atuaram pela programa, para atender os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei), foi apresentado para ministra da Saúde, Nísia Trindade, nesta terça-feira, 7, pelo deputado federal Jorge Solla (PT), autor do PL.

O território da Reserva Yanomami, nos estados de Roraima e Amazonas, conta com cerca de 30 mil habitantes que têm o convívio casos avançados de desnutrição, malária e verminoses após o crescimento do garimpo ilegal na região que cresceu 54% em 2022, último ano do governo do ex-presidente Bolsonaro e o monitoramento aponta ainda um crescimento acumulado de 309% do desmatamento causado pelo garimpo entre outubro de 2018 e dezembro de 2022.

Parlamentar autor da proposta confirmou que "a ministra [Nísia Trindade] se comprometeu em viabilizar a retomada do programa Mais Médicos, garantindo o acesso da população à atenção básica". Disse o petista.

De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, em 2022, 99 crianças do povo Yanomami entre 1 e 4 anos morreram devido ao avanço do garimpo ilegal na região. As causas da morte são, na maioria, por desnutrição, pneumonia e diarreia, todas causas evitáveis. A Pasta estima que ao menos 570 crianças foram mortas pela contaminação por mercúrio, desnutrição, malária e fome nos últimos 4 anos.

Nesse cenário, foi anunciada também a abertura de edital do Programa Mais Médicos para que os profissionais de saúde atuem de forma permanente nos postos de saúde da Terra Indígena Yanomami, em Roraima. De acordo com órgão, desde a criação do Programa Mais Médicos, 56 médicos já atuaram no DSEI Yanomami, nos polos-base e Unidades Básicas de Saúde Indígena. 

Participaram também os prefeitos Júlio Pinheiro de Amargosa, Sandro Correia de Brejões e Nixon de Iaçú.

A Tarde